Segundo informações do Sinpol-DF, algumas inspeções internas têm reprovado os aeroportos brasileiros. Em Brasília, por exemplo, uma pessoa sem crachá teria conseguido transitar pelas áreas restritas do Aeroporto Juscelino Kubitschek, conforme o Sinpol-DF. A Inframérica, administradora do Aeroporto JK, informou desconhecer essa informação
Um fato que também preocupa os agentes da Polícia Federal é a falta de equipamentos adequados para detectar passaportes falsos ou até mesmo explosivos. Segundo Werneck, os scanners de bombas no Aeroporto de Brasília, por exemplo, são de propriedade das próprias empresas de aviação, não é um item do aeroporto. A Inframérica, do outro lado, informou que “na legislação brasileira não existe a previsão desse tipo de equipamento para uso em aeroportos, sendo que para identificar bombas e explosivos são usados os equipamentos scanners de bagagens do tipo raio-x e ETD (Detector de Traços Explosivos) para casos suspeitos”.
Um outro episódio de insegurança nos aeroportos, conforme Werneck, ocorreu em outubro do ano passado no aeroporto de Guarulhos. Segundo ele, um paquistanês de nome Gulzar Husain, foragido da Turquia, conseguiu entrar no Brasil por Guarulhos com um passaporte inglês falso. A direção do aeroporto de Guarulhos, entretanto, não confirmou essa informação.
Insegurança nos aeroportos
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal, Flávio Werneck, os aeroportos brasileiros sofrem com a falta de agentes federais e com a deficiência de equipamentos de segurança. Um exemplo são os scanners de passaportes que, segundo ele, não estão mais conseguindo detectar documentos falsificados. “O sistema não está funcionando em sua plenitude, existem muitas falhas”, afirma.
Armas nos aeroportos
Para Werneck, hoje é fácil uma pessoa conseguir embarcar armada em um aeroporto brasileiro. Segundo ele, basta a falsificação de um carimbo de permissão de transporte de armas para que uma pessoa consiga transitar armada normalmente pelos aeroportos brasileiros. “Nosso sistema de controle é muito vulnerável”, afirma. “O controle é feito por um servidor terceirizado que lança o nome da pessoa com a arma em um sistema no excel e esse acesso é feito via carimbo. Um carimbo normal não padronizado”
Equipamento antibombas
O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do DF afirma que o aeroporto de Brasília não conta com um equipamento essencial para evitar a entrar de explosivos ou bombas, chamado espectômetro. Segundo ele, o aparelho é obrigatório para voos diretos dos Estados Unidos ao Brasil. “O que ocorre em Brasília é que a PF confia nas empresas aéreas na detecção de eventuais explosivos”, afirma.
Terroristas no Brasil
As falhas de segurança nos aeroportos, conforme Werneck, abrem brechas para a entrada de terroristas no país durante a Copa do Mundo. Segundo ele, existe pelo menos 80% de chance de um terrorista conseguir entrar no país sem maiores problemas por essas falhas de segurança nos aeroportos. “Há grande chance de um terrorista ou pessoa com má intenção sem que ela sequer seja identificada no Brasil”, acredita.
Soluções para os aeroportos
Werneck aponta que atualmente falta “vontade política” do governo federal para melhorar a segurança dos aeroportos brasileiros. “A gente precisa aliar a competência, precisamos de efetivo policial, de treinamento, de equipamento e para isso tudo acontecer tem que ter vontade política. E não temos nem equipamentos, nem vontade política”, finaliza.
Fonte: IG