Para os deputados da base governista tudo – traduzidos em cerca de R$ 12 bilhões, negociados entre o governo Temer e os deputados que o livraram da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (e nessa conta entram, por exemplo, emendas parlamentares, o novo Refis e a anistia de parte das multas ambientais).
Para os trabalhadores nada – pelo contrário, o governo se especializa em tirar direitos, vide a Reforma Trabalhista, e agora promove um grande arrocho contra os servidores públicos federais, adiando reajustes salariais para cerca de 30 categorias do funcionalismo e elevando a alíquota previdenciária de 11% para 14% – medida que pode provocar um efeito cascata, prejudicando também, por tabela, os servidores públicos estaduais e municipais.
Essa é, em suma, a política do governo Temer, que beneficia uma pequena casta (a dos políticos da base) e derruba toda a classe trabalhadora. “É simplesmente inadmissível esse tipo de comportamento de um governo federal. A administração de Michel Temer (PMDB), acuada por denúncias de irregularidades, compra votos para se livrar e faz tudo que uma parcela pequena da sociedade quer, deixando a imensa maioria dos brasileiros entregues à própria sorte.
“Quanto esses R$ 12 bilhões não poderiam ser traduzidos em serviços para a população?”, questiona o presidente da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Minas Gerais (FESERP-MG) e presidente da seccional Minas Gerais da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Cosme Nogueira, que aponta também a esperada precariedade do serviço público com as recentes medidas. “Quem vai pagar a conta é a população mais necessitada, que já não possui educação, saúde e transportes em condições ideais”, completa.
Cosme Nogueira ainda cita a falta de condições do atual governo, administrativas (com o País ostentando níveis alarmantes de desemprego e criminalidade), éticas (“É um governo de patrão e da elite, vide a escandalosa normativa que altera a fiscalização do trabalho escravo”) e morais, com cenas de malas de dinheiro “guardadas” no apartamento de Geddel Vieira Lima, amizades notórias com gente inescrupulosa como Eduardo Cunha e cúpula governamental (ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha à frente) denunciada como “organização criminosa”.
Para Cosme Nogueira, só há uma saída: reagir imediatamente. “Nós, da FESERP-MG e da CSB, com as nossas entidades filiadas, temos que estar na linha de frente dessa resistência, como já aconteceu em outras oportunidades. Precisamos ir às ruas para impedir os retrocessos e estancar essa política irresponsável de um governo ilegítimo”, conclama.
Fonte: FESERP-MG