Solenidade tem repúdios a Bolsonaro e às manifestações que pedem intervenção militar

Representantes de OAB, CNBB e centrais sindicais dizem que pessoas que pedem volta de regime militar precisam ‘se conscientizar e parar de olhar para trás’; também solicitaram cassação de deputado

Brasília – O lançamento do relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), hoje (10), contou com manifestações de protestos contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), alertas para os que pedem nas ruas a volta do regime militar no país e maior conscientização para a importância de ser realizada, o quanto antes, a reforma política. Um dos primeiros a mencionar o assunto, durante solenidade realizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous. “Ainda temos em nosso país parlamentares que fazem apologia ao estupro”, criticou, numa referência a Bolsonaro.

Damous afirmou, em meio às salvas de palmas para a deputada Maria do Rosário, ex-secretária nacional de Direitos Humanos – agredida no plenário da Câmara, ontem, por Bolsonaro com a frase de que “não merece ser estuprada” – que a OAB deveria elaborar um manual de bons modos para distribuir entre os parlamentares e ensinar à mesa diretora da Câmara o que é decoro parlamentar.

Também o representante das centrais sindicais no âmbito da CNV, Ismael Antonio de Souza, enfatizou que o Congresso Nacional precisa cassar Bolsonaro pelo que fez, “inclusive para que ele possa ser processado e preso”, acrescentou. Wadih Damous lembrou, ainda, que as informações contidas no documento da comissão são importantes para lembrar tudo o que ocorreu naquele período. E reiterou esperar que isso possa ajudar a conscientizar as pessoas que têm ido para as ruas pedir uma nova intervenção militar.

O representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Leonardo Steiner, chamou a atenção para que o país prossiga na sua mobilização por reforma política, como forma de ajudar a conter distorções observadas hoje, de diversas formas.

“A reforma política é extremamente urgente e a CNBB está empenhada em trabalhar para que ela aconteça. Não nos escondemos na ditadura e não nos esconderemos na busca pela verdade nem pelo respeito à democracia. Os agentes das violações aos direitos humanos precisam ser responsabilizados para que fique claro que não queremos uma usurpação de poder nunca mais. E vemos a reforma política como um dos caminhos para que isso aconteça”, frisou.

Nota da redação: Ismael Antonio de Souza é diretor do Sindpd/SP e representa a CSB , Central dos Sindicatos Brasileiros no GT dos Trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade.

Fonte: Rede Brasil Atual – por Hylda Cavalcanti, da RBA

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