Central dos Sindicatos Brasileiros

Sintronac lança manifesto em defesa das instituições democráticas brasileiras

Sintronac lança manifesto em defesa das instituições democráticas brasileiras

O Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) enviou, nesta segunda-feira (1/6), manifesto em defesa das instituições democráticas brasileiras para o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Congresso Nacional, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Assembleia Legislativa (Alerj), assim como para prefeituras e câmaras municipais dos 13 municípios de sua base de atuação.

O documento evoca a Constituição Cidadã de 1988 e lança um alerta para a preocupante escalada de violência, propagação de fake news e ameaças contra essas instituições. O manifesto foi elaborado na sexta-feira (29/5), portanto é anterior aos graves acontecimentos ocorridos no fim de semana em Brasília, São Paulo e Rio, quando grupo de manifestantes pró-Governo Federal foram às ruas para pedir o fechamento de órgãos que são pilares da Democracia brasileira e tentar intimidar integrantes dessas entidades.

Abaixo, a íntegra do manifesto:

Trabalhadores rodoviários unidos em defesa da Democracia

Na qualidade de representantes de 18 mil trabalhadores rodoviários de 13 municípios do estado Rio de Janeiro, nós, diretores do Sintronac, vemos com extrema preocupação a escalada de ataques e ameaças contundentes a instituições democráticas, consagradas pela Constituição Cidadã de 1988, que são os pilares do Estado Democrático de Direito no Brasil, assim como a seus ilustres membros. É grave essa violência contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Congresso Nacional, governos estaduais, prefeituras e o movimento sindical.

Torna-se mais grave ainda o fato de esses ataques partirem de integrantes do alto escalão do Governo Federal e do próprio universo parlamentar bolsonarista, que, por exemplo ou ações articuladas, incitam ativistas/grupos terroristas ou indivíduos profissionais a disseminarem seu discurso de ódio, impulsionado pela sinistra onda das fake news.

A história humana nos ensina que o aparelhamento do Estado para atrelar suas instituições à política de governo somente produziu catástrofes nas nações. Não é a primeira vez que vemos o uso dos fundamentos democráticos para subversão da própria Democracia, instituindo-se, assim, em antítese, o princípio da ordem pelo caos. Em plena República de Weimar, a Alemanha pré-Segunda Guerra Mundial, conhecida por sua filosofia liberal e sua amplitude cultural, nasceu o mais cruel e devastador movimento que o mundo já viu, quando um grupo de homens e mulheres lançou mão de mentiras, intrigas políticas, misticismo barato e brutalidade, para estabelecer o nazismo e dizimar milhões de vidas.

Para nós, altivos trabalhadores, está claro que a metodologia e a prática engenhadas e replicadas por membros do Governo Federal para atingir seus objetivos eram executadas desde antes do pleito de 2018. Uma vez no poder, não mudaram em nada suas diretrizes e seu comportamento para com um povo e um País que, aparentemente, desprezam, apesar de sua enfadonha e ilusória ladainha nacionalista, aos moldes do fascismo.

Ao contrário, sua ascensão possibilitou um passo à frente em suas intenções: se antes apenas difundiam como seu o ideário militar, hoje tentam se apropriar das corporações, que são um patrimônio nacional e não de um segmento político; avançam, em progressão, para o estabelecimento de uma polícia política e o fortalecimento de milícias ferozes; minam todos os esforços de construção de um diálogo saudável entre os Poderes da República; agrupam seus seguidores para atacar instituições da Justiça e do Parlamento, que são sagradas para a jovem Democracia brasileira; e, por fim, ousam tentar desancar entidades científicas de prestígio mundial para impor à nação o negacionismo, o terraplanismo e um projeto de Saúde Pública notoriamente ineficaz para o controle da mais grave pandemia a atingir a humanidade em cem anos, privilegiando, em essência, a morte.

Portanto, excelentíssimos senhores e senhoras, nós do Sintronac nos unimos em apoio à nossa Justiça, nas figuras do STF e do STJ, ao nosso Parlamento e a todos os trabalhadores brasileiros, que formam a base de uma sociedade progressista e contribuem significativamente para inspirar nas futuras gerações o ideal de uma pátria próspera, livre, democrática e soberana.

Fazemos nossas as palavras do histórico líder político brasileiro, Ulysses Guimarães, que pontuou seu discurso em celebração à promulgação da Constituição Cidadã, no dia 5 de outubro de 1988, com a ênfase pela qual seria norteado o nascente Estado Democrático de Direito no País: “Traidor da Constituição é traidor da pátria. Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações”.

Atenciosamente,

Rubens dos Santos Oliveira

Presidente do Sintronac

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sintronac – José Messias