Inserir um microchip de localização em seu cachorro ou gato não garante que ele será encontrado caso se perca. O microchip aumenta as chances de tutor ser localizado, mas para realmente ser eficiente teria que existir um banco unificado de dados, o que não ocorre no Brasil.
Assim, caso um animal doméstico perdido nas ruas seja resgatado e levado a um veterinário que possui leitor de microchip, apenas será conseguido o número do microchip dele. Depois será necessário descobrir onde aquele microchip foi cadastrado: pode ter sido no centro de zoonoses da cidade ou em qualquer um dos inúmeros bancos de dados espalhados pelo país.
Muita gente até procura em diversos bancos e não encontra, o que torna o microchip daquele animal totalmente inútil para que ele retorne à sua família.
A Associação Americana de Médicos Veterinários (AVMA), por exemplo, fez um estudo com mais de 7.700 animais de abrigos dos EUA e constatou que 52% dos que tinham microchip, com dados atualizados no banco unificado daquele país, voltaram para casa.
Atualmente, no Brasil, alguns convênios de saúde pet exigem microchipagem em sua rede credenciada, mas se o animal se perder, os dados dos tutores só poderão ser acessados se ele for levado numa dessas clínicas. Caso contrário será necessário pesquisar em vários bancos de dados até achar o cadastro.
Sindicatos pedem apoio à proposta que cria banco de dados unificado
Pensando na ineficiência da microchipagem de animais no Brasil, o Sindimvet-SP (Sindicato dos Médicos Veterinários de São Paulo), com apoio do CRMV (Conselho Regional de Médicos Veterinários de São Paulo) e do Sindimvet-RJ (Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio de Janeiro), está pedindo aos tutores e amantes de animais que apoiem, por meio de votação online, a ideia legislativa de um banco de dados nacional que reúna os microchips de todos os animais do país.
“Se houver um apoio generalizado da população em favor de um banco de dados unificado, os legisladores podem se sentir inclinados a atender essa demanda. É importante envolver a sociedade civil, organizações de proteção animal e os próprios cidadãos na discussão desse assunto e mostrar o apoio público à proposta”, diz Robson Léporo, presidente do Sindimvet e da instituição Santa Causa da Misericórdia Animal.
“Os benefícios do sistema de banco de dados unificado incluem: rastreamento e identificação mais eficientes de animais perdidos ou roubados, facilidade de localizar os tutores legítimos, promoção da posse responsável, melhoria da segurança pública reduzindo o comércio ilegal de animais e ajudando a combater maus-tratos, planejamento mais eficiente de recursos e serviços relacionados a animais de estimação, dentre outros”, explica Léporo.
Ele cita alguns países:”O Reino Unido possui um sistema chamado Petlog, que é o maior banco de dados de animais de estimação do país. Facilita a identificação e o retorno de animais perdidos aos seus proprietários, além de ajudar no controle de doenças e na promoção da posse responsável. Na Austrália, o National Pet Register também é um banco de dados nacional. A Suécia possui o banco de dados centralizado chamado DjurID”.