Entenda o caso dos servidores do Rio Grande do Sul, que enfrentam atraso de salários há 31 meses


Trabalhadores tentam saída contra desmonte do estado que está em vigor há 4 anos e se agravou desde 2017

 

A CSB publicou na terça-feira (03) matéria sobre o protesto dos servidores do Rio Grande do Sul, que estão com os salários atrasados. O governo de Ivo Sartori tem parcelado os vencimentos desde que assumiu o cargo. Com o parcelamento e escalonamento de pagamento das parcelas, os atrasos têm se acumulando e, agora, no 31º mês, a situação já está insustentável. Assim que assumiu o poder executivo do estado, Sartori adotou o parcelamento para o pagamento dos salários, sob alegação de que o estado do Rio Grande do Sul está quebrado. Mas a situação se agravou em setembro de 2017, quando foi adotado um escalonamento de pagamentos dos salários.

Por meio da medida, quem recebe menos recebe primeiro. Com o escalonamento, os atrasos têm se acumulado. O G1 do Rio Grande do Sul também cobriu a manifestação de terça-feira e explicou, em vídeo, como funciona o parcelamento. Quem recebe até R$ 2000 teria uma parcela paga até 10/07, em seguida quem ganha até R$ 3000 teria uma parcela paga no dia seguinte. Já nos dias 13 e 17 de julho recebe quem ganha até R$ 4.500 e R$ 6.500, respectivamente. Os servidores que ganham mais do que esse valor só teriam direito à parcela depois do dia 23, já no final do mês.

Com isso, os atrasos e os valores se acumulam, e a situação que já se arrasta por anos agravou-se. Marcia Elisa Trindade, secretária de saúde da Central no estado e presidente do Sindissama Saúde, sindicato que representa os servidores da Secretaria de Saúde do estado, está acompanhando o caso de perto e esteve no ato dos servidores.

“A CSB e a Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do RGS (Fessergs) vão estar na luta para que essa situação vexatória não continue. Vamos continuar com ações durante julho para lembrar o governo que é preciso um serviço público de qualidade com um servidor que também tenha qualidade e condição de trabalhar”, pontua Marcia.

A presidente do Sindissama Saúde diz que nunca houve negociação com o governo ou conversa direta em que o poder executivo recebeu os servidores para uma tratativa. E agora, o Movimento Unificado de Servidores (MUS) tenta discutir o tema com os deputados da base para, então, chegar ao governo.

Na fala da dirigente no ato de terça-feira, Marcia chamou atenção para o gasto que Sartori teve com propaganda durante o governo. “Vemos hospitais sem estrutura, escolas fechando e toda uma estrutura pública em desmonte, mas ele gasta com propaganda para dizer que está fazendo o que é certo, mas quem faz o certo já pode usar isso como propaganda por si só”, conclui.

Em 2017, quando a crise no estado já era um discurso padrão, o G1 pediu ao governo dados sobre os seus gastos, via Lei de Acesso à Informação (LAI). Apesar de o governo não ter fornecido todos os dados pedidos no prazo, o G1 constatou que os gastos cresceram, mesmo com a política de austeridade implantada.

Os servidores querem, além de receber os salários em dia e sem parcelas, mostrar o desmonte que o Rio Grande do Sul está sofrendo sem equipamentos e pessoas para que se tenha segurança, educação e saúde de qualidade.

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