SÉRGIO ARNOUD: O NOVO NORMAL

Cresce a percepção de que o mundo não será mais o mesmo depois do Covid-19, o que é provável, pelos danos e consequências irremediáveis que ele vem causando por onde passa.

E já se especula como será o novo normal. O que envolve aspectos sociais, comportamentais, econômicos e também do tipo de Estado que teremos, a partir da experiência catastrófica da Pandemia.

Não desejo o retorno da antiga “normalidade” que tínhamos, onde apesar da abundância, milhões de pessoas morriam e continuam morrendo de fome, enquanto poucos acumulam fortunas incalculáveis.

Não quero de volta uma normalidade que contempla a devastação do meio ambiente, sem preocupação com o mundo que deixaremos para filhos e netos,

Também não aceito que o trabalho humano, ao invés de premiar os trabalhadores com os benefícios do progresso científico-tecnológico, ao contrário, favoreça o desemprego e o trabalho informal.

A lição importante que recolhemos dessa Pandemia é que o papel do Estado, antes execrado em nome da predominância do Mercado, voltou ao ocupar o centro do palco.

Ninguém, senão o Estado e seus trabalhadores e servidores, está na linha de frente enfrentando essa verdadeira guerra. Apoios e doações pontuais são importantes, mas as políticas e ações de enfrentamento, só o poder público tem condições de fazer. E, no caso do Brasil, muito mal.

Nossos governos sempre premiam o sistema financeiro, os bancos que abocanham mais de 45% do orçamento nacional por conta de juros da dívida, e que foram os primeiros a receber 1,2 trilhão de reais sem qualquer contrapartida. E entesouraram,

Enquanto isso, trabalhadores se infectam nas filas para receber seiscentos reais, ou cem dólares, e micro, pequenos e médio empresários ficam à míngua. E servidores e trabalhadores pagam a conta e segundo Queiroz, continuarão pagando.

O Novo Normal deve se apoiar num Estado democrático necessário, capaz de entender essa nova realidade. Um Estado que esteja preparado para enfrentar o fornecimento de saúde universal, o SUS, sem o qual a tragédia seria multiplicada.

Uma nova realidade onde quem tem jatinho, jet ski, helicópteros e iates pague impostos  Onde os lucros  e heranças milionárias sejam taxadas.

Este Estado deve ser a base onde repouse uma sociedade livre, mais justa, solidária e com respeito aos direitos e opções individuais.

Sérgio Arnoud é Presidente da CSB-RS e da FESSERGS  

Compartilhe:

Leia mais
Sintrammar diretoria eleita 2025
Chapa 2 vence eleições do Sintrammar de Santos e Região, com Erivan Pereira reeleito presidente
reunião mesa permanente servidores federais 20-02-25
Em reunião, servidores federais cobram governo sobre pauta de reivindicações travada
saúde mental no trabalho nr-1
Empresas serão responsáveis por saúde mental dos funcionários a partir de maio
img-pagamentos-inss-mudanca-carnaval
Calendário de pagamentos do INSS terá mudanças devido ao Carnaval 2025; confira datas
mpt campinas investiga empresas por pratica antissindical
MPT investiga 32 empresas de SP por coagirem empregados a se opor à contribuição assistencial
servidores excluidos reestruração carreiras rs mesa fessergs
Fessergs e governo do RS formam mesa sobre servidores excluídos de reestruturação
trabalhador indenização cancer
Trabalhador será indenizado em R$ 500 mil por demissão após comunicar câncer
saque fgts nascimento filhos
Projeto que libera saque do FGTS por nascimento de filhos avança na Câmara
CNJ regras inteligencia artificial judiciário
Conselho aprova regras para uso de inteligência artificial no Judiciário
Trabalho imigrantes Texas Tesla e SpaceX
Empresas de Elon Musk usam imigrantes irregulares em obras no Texas, diz reportagem