O amplo pacote de estímulo econômico promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não incluirá um aumento do salário mínimo, decidiu nesta quinta-feira (25) o responsável por proteger as regras do Senado, condenando efetivamente esta cláusula ao desaparecimento.
A senadora Elizabeth MacDonough disse aos legisladores que o aumento do salário mínimo não pode fazer parte do pacote de 1,9 trilhão de dólares para tentar aliviar a crise se os democratas tentarem aprová-lo por meio de um projeto de lei à prova de obstrução.
O processo, conhecido como reconciliação, permite aos legisladores aprovar um projeto de lei relacionado ao orçamento com apenas uma maioria simples de 51 votos na Câmara de 100 membros, em vez dos 60 votos normalmente necessários.
Os republicanos do Senado, uma Câmara na qual têm o mesmo número de cadeiras que os democratas, são amplamente contrários ao pacote de ajuda, o que significa que os democratas terão que desistir do aumento do salário mínimo nacional para 15 dólares por hora (hoje é 7,25) se quiserem ter qualquer chance de aprovar o pacote.
A decisão vem um dia antes de a Câmara dos Representantes votar o plano que visa fornecer ajuda a milhões de famílias americanas em dificuldades, assim como a empresas e comunidades afetadas pela pandemia.
A decisão diz respeito apenas ao Senado, mas como qualquer projeto de lei deve ser aprovado pelas duas casas antes de ser sancionado pelo presidente, a decisão efetivamente remove o aumento salarial do pacote.
Isso “reforça que a reconciliação não pode ser usada como um veículo para aprovar uma grande mudança legislativa – por qualquer um dos partidos – em uma votação por maioria simples”, comentou o senador republicano Lindsey Graham no Twitter.
O senador Bernie Sanders, autodenominado socialista democrata que preside o Comitê de Orçamento do Senado, divulgou um comunicado criticando a decisão.
A maioria dos americanos, disse ele, apoia um aumento no salário mínimo, mas, “devido às regras arcaicas e antidemocráticas do Senado, não há como avançar e acabar com os salários da fome e aumentar a renda de 32 milhões de americanos. A luta continua”.
Fonte: Isto É Dinheiro