Sem acordo, negociação da CCT 2018 de TI em SP segue para a sexta rodada

Patronato mantém propostas que retiram direitos consolidados na Convenção Coletiva da categoria, e assinatura do acordo segue indefinida

O impasse se mantém nas negociações da CCT 2018 dos trabalhadores de TI. Na quinta rodada, a comissão patronal manteve sua proposta de retirada de direitos garantidos na Convenção Coletiva da categoria, como os que se referem às viagens a serviço, o fim da obrigatoriedade das homologações no Sindpd e as jornadas flexível e 12×36 sem a participação do sindicato dos trabalhadores.

Além disso, a nova proposta de reajuste salarial não alcançou a inflação do período, chegando 2%; a comissão do Sindpd apresentou uma contraproposta de 3,5%. Para o auxílio-alimentação, os patrões aumentaram o valor para R$ 18, mantendo-se os chamados “descontos legais”. A nova proposta feita pelo presidente do Sindpd, Antonio Neto, é da manutenção dos R$ 20 e o fornecimento de 24 vales aos funcionários por dia efetivamente trabalhado. “Vocês não entenderam o que pedimos. É o valor facial sem desconto algum”, disse Neto.

A cláusula referente à assistência médica – que havia sido mantida na rodada anterior com a atual redação da CCT, após a recusa patronal da contraproposta do Sindpd – foi novamente modificada pelo Seprosp, que trouxe à mesa a antiga proposta: empresas com até 5 empregados não têm a obrigação de fornecer plano de saúde. Antonio Neto rebateu.

“Na assistência, você voltou de novo com sua proposta inicial, mesmo tendo dito que manteria a nossa CCT após nossa contraproposta de 240 reais”, disse o presidente ao fazer uma nova oferta, na qual as empresas pagam 100% do plano médico dos funcionários, com uma coparticipação nas consultas limitada a 70% do valor do plano, respeitadas as condições mais benéficas.

Nas viagens a serviço, o Seprosp manteve a proposta de não considerar o tempo de deslocamento gasto pelo trabalhador como hora trabalhada, não sendo, portanto, remunerado. “Não confundam. Vocês estão confundindo horas in itinere com viagens a serviço. Estou a serviço, não estou indo ao trabalho normalmente”, criticou Antonio Neto.

Mantém-se o impasse

Nas jornadas flexível e 12×36, no teletrabalho e nas homologações no Sindpd, a comissão patronal manteve inalteradas as propostas apresentadas nas rodadas anteriores. Nas duas primeiras, o Seprosp retira do Sindicato da categoria a obrigatoriedade de participar das negociações para a implantação dos respectivos regimes. Igualmente refutada por Neto, a proposta de as homologações não serem obrigatórias no Sindpd também é mais um motivo para o impasse das negociações.

Na cláusula da prestação de serviço, a comissão patronal propôs incluir a permissão para a contração de trabalhadores autônomos, o que foi rebatido pela representação dos trabalhadores. “Não entra a questão da contratação do autônomo. Trabalhadores serão contratados por regime CLT”, defendeu Neto.

Na cláusula das férias, sobre o que diz respeito à estabilidade dos funcionários, o Sindpd deixou clara a importância da negociação com o Sindicato da categoria. “Queremos fazer a negociação com as empresas, explicitar efetivamente como são as estabilidades, explicitar os eventos, para que possamos orientar os trabalhadores”, argumentou Antonio Neto.

Negociações continuam

A próxima rodada da Campanha Salarial 2018 acontecerá na próxima terça-feira, 06 de fevereiro, às 14h30.

Veja o vídeo completo da 5ª rodada de negociação

Assista aqui à live com o presidente Neto sobre a 5ª rodada.

Confira o que já aconteceu nas negociações da Convenção Coletiva da categoria:

Insistência patronal em descontruir direitos de TI dificulta o acordo da CCT 2018

Negociações avançam, mas acordo da CCT 2018 permanece distante

Patronato propõe corte de direitos já consolidados em 2ª rodada da Campanha Salarial 2018

CCT de 2017 é válida até que se firme nova Convenção, decidem Sindpd e Seprosp

Fonte: Sindpd

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