Entidade reivindica que a ANS compartilhe o valor da reserva financeira que a operadora tem para arcar com o pagamento dos funcionários
O Sindicato dos Empregados de Cooperativas Médicas no Estado de São Paulo (Secmesp), com o apoio da CSB, organizou uma manifestação, ontem, 29, em defesa dos trabalhadores da Unimed Paulistana. Cerca de 1.500 trabalhadores participaram da paralisação que aconteceu no centro de São Paulo
A operadora de plano de saúde particular recebeu, no começo de setembro, a determinação da Agência Nacional de Saúde (ANS) de transferir toda a carteira de clientes para uma outra empresa. De acordo com a Agência, a alienação da carteira da operadora tem a finalidade de garantir aos consumidores a continuidade da assistência médica com as mesmas condições de preço e cobertura que eles possuem atualmente.
De acordo com Secmesp, os trabalhadores temem que, com a alienação, determinada pela ANS, a Unimed Paulistana não consiga honrar os compromissos com os empregados. Os manifestantes percorreram a Avenida Angélica, próxima à Avenida Paulista, até a sede da ANS.
Segundo José Renato Pappesso, presidente do sindicato, a entidade tem brigado e defendido os trabalhadores da Unimed Paulistana há mais de 40 dias. “Quando a operadora nos procurou querendo negociar corte de funcionários e redução de benefícios, começou a nossa batalha. E, desde a alienação da carteira da Unimed, nenhuma outra operadora assumiu os encargos. Caso os trabalhadores não recebam os salários, serão 3.200 pessoas sem condições de pagar as contas”, afirmou.
O Secmesp reivindica que a ANS compartilhe o valor da reserva financeira que a Unimed Paulistana tem para arcar com o pagamento dos funcionários. “Estamos solicitando judicialmente o bloqueio do dinheiro e dos bens que compõem a chamada reserva técnica da operadora. Atualmente, os salários estão em dia, só que amanhã não se tem uma certeza”, disse Rappesso.
“Nós vamos lutar para que não haja uma demissão em massa e para que os trabalhadores tenham garantidos todos os direitos trabalhistas. São muitos trabalhadores que não sabem qual será o destino profissional deles”, disse o presidente.
João Antônio Nunes, secretário nacional dos trabalhadores em Tecnologia da Informação da CSB, representou a Central na manifestação e afirmou que a insegurança e insatisfação dos trabalhadores da Unimed Paulistana é geral. “Mais uma vez os trabalhadores estão sendo penalizados pela incompetência dos gestores. Nós, como Central, daremos todo nosso apoio ao sindicato e aos trabalhadores para que essa luta seja vencida”, explicou.
Na tarde do dia 29, a Agência Nacional de Saúde recebeu representantes do sindicato para debater a situação e afirmou que a gestão da operadora é responsabilidade de seus administradores e que todas as obrigações trabalhistas devem ser garantidas pela empresa e seu patrimônio.
O Secmesp entrará com uma medida judicial para o bloqueio dos ativos financeiros em nome da Unimed para garantir os pagamentos do funcionários. A decisão foi tomada por trabalhadores em assembleia realizada também no dia 29.
Confira a galeria de imagens da manifestação em defesa dos trabalhadores da Unimed Paulistana.
Crédito foto: Giovanny Renato | Marketing Secmesp
