Salário menor para mulher pode dar multa

O Senado aprovou ontem projeto de lei que multa as empresas que pagarem às mulheres salários inferiores aos dos homens quando ocupam as mesmas funções.

A punição estipulada pelo projeto é de pagamento, à funcionária prejudicada, de cinco vezes a diferença entre as remunerações durante o período de contratação.

A proposta foi aprovada em caráter terminativo pela Comissão de Direitos Humanos e irá direto à sanção da presidente Dilma Rousseff caso não haja um pedido -de menos 10% dos parlamentares- para que o projeto seja analisado pelo plenário.

“O projeto reafirma a igualdade entre homens e mulheres. Tenho a convicção de que a presidente vai aprovar”, afirmou a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, por meio de sua assessoria.

Apesar de o projeto ser visto como um passo importante na luta pela igualdade dos sexos, por estabelecer multa para o que já é previsto na lei, advogados advertem que continuará cabendo à mulher que entrar na Justiça provar que está sendo discriminada.

Ou seja, que o fato de ganhar menos que um homem que ocupa a mesma função não está relacionado à diferenças na qualificação, perfeição técnica, produtividade e até empenho, por exemplo.

“Esse tipo de análise vai depender do juiz: não é uma causa fácil de ser provada, já que há uma série de elementos que precisam ser ponderados e que podem ser usados pela empresa para justificar a diferença salarial”, aponta Tamira Maira Fioravante, advogada especializada do Almeida Advogados.

O relator do projeto, o senador Paulo Paim (PT-RS), defendeu a constitucionalidade da proposta. “A Constituição prevê a igualdade de todos perante a lei, é um dos direitos fundamentais.”

DESIGUAL

Relatório apresentado ontem pelo Banco Mundial na Câmara mostra que, no Brasil, a cada US$ 1 recebido pelos trabalhadores homens, US$ 0,73 é pago às mulheres pela mesma função.

“Desde 1980, a presença da mulher no mercado de trabalho aumentou em 22%”, afirmou o vice-presidente do departamento de redução da pobreza e gestão econômica da entidade, Otaviano Canuto. “No entanto, elas continuam realizando a maior parte das funções domésticas.”

Rebecca Tavares, representante da ONU Mulheres para o Brasil e o Cone Sul, classificou em discurso na Câmara a votação de ontem como “mais um avanço” na área.

O Ministério do Trabalho não se pronunciou sobre a aprovação do projeto.

Fonte: Folha

Compartilhe:

Leia mais
Ministro Carlos Lupi e José Avelino Pereira Sinab CSB
Presidente do Sinab assume posto no Conselho Nacional de Previdência Social
destruição enchente rs auxilio financeiro
Mais de 5,6 mil trabalhadores domésticos no RS podem pedir auxílio financeiro; saiba como
img-inscricao-concurso-publico-vagas-para-ti
Encerram hoje (4/7) inscrições para concurso do Ministério da Gestão; salário de R$ 8,3 mil
reunião tst centrais sindicais
Centrais têm reunião com presidente do TST sobre contribuição assistencial e emprego no RS
APOIO À NOTA TÉCNICA Nº 09 DA CONALIS
Centrais sindicais dão apoio à Nota Técnica da Conalis (MPT) sobre contribuição assistencial
acordo rodoviários porto alegre trt
Rodoviários de Porto Alegre terão reajuste no salário e no vale-alimentação
Apoio Financeiro RS prorrogado
Governo amplia prazo para empresas do RS aderirem a Apoio Financeiro a funcionários
prodesp descumpre cota jovem aprendiz
Tarcísio promete 60 mil vagas de Jovem Aprendiz, mas Prodesp descumpre cota
Fachada ministério do trabalho
Ministério do Trabalho notifica 1,3 mil sindicatos para atualizar informações; acesse a lista
falecimentot josé alberto rossi cnpl
Nota de pesar: CSB lamenta falecimento de José Alberto Rossi, ex-presidente da CNPL