Central dos Sindicatos Brasileiros

Rodoviários de Esteio fazem greve por retomada de direitos suspensos na pandemia

Rodoviários de Esteio fazem greve por retomada de direitos suspensos na pandemia

Os trabalhadores rodoviários de Esteio (RS) iniciaram uma greve nesta segunda-feira (26) reivindicando direitos que foram suspensos durante a pandemia de Covid-19. O movimento foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de São Leopoldo, com o apoio da CSB-RS e sindicatos filiados da central, dentre eles os rodoviários de Caxias do Sul e Porto Alegre, Sindef e Sindivigilantes.

De acordo com o secretário de Finanças do sindicato, Wilson Júnior Caetano, a categoria pede pelo retorno do adicional por dupla função e do vale-alimentação, benefícios que foram suspensos pela Viação Hamburguesa, que opera o transporte urbano em Esteio, e pela Real Rodovias, que faz o transporte intermunicipal até Porto Alegre.

“Na pandemia, o transporte público passou por uma série de problemas e os trabalhadores aceitaram a suspensão. Entretanto, durante estes quatro anos as empresas que fazem o transporte urbano em Esteio e metropolitano receberam subsídios dos governos municipal e estadual na casa dos R$ 10 milhões e nenhum centavo foi repassado ao trabalhador. Hoje, hoje queremos a recomposição destes direitos”, afirmou.

No processo de dissídio coletivo de greve que tramita no TRT da 4ª Região, o sindicato relata que as empresas não apresentaram qualquer proposta durante as negociações do dissídio coletivo deste ano, sendo que a primeira foi apresentada apenas nesta madrugada e nos autos, no valor de R$ 25 para o vale-alimentação.

De acordo com o documento, o Ministério Público do Trabalho (MPT), em audiência, propôs um vale de R$ 30 a R$ 40, que está dentro do pedido pela categoria.

A categoria pede reajuste salarial pelo INPC (3,71%) + 5%, vale-alimentação de R$ 30 (valor mínimo proposto pelo MPT) e o pagamento do adicional de 15% pelo acúmulo de funções dos motoristas.

“O que pedem os trabalhadores, em verdade real, é apenas e tão somente a recomposição de direitos que com muita luta gozavam antes da pandemia de covid-19. Os trabalhadores, os hipossuficientes, que não receberam e recebem vultosos recursos do município, estado e União, se sacrificaram na pandemia, abrindo mão de direitos, sob a notória promessa patronal e municipal de devolução dos direitos quando a pandemia fosse encerrada. A pandemia acabou, os passageiros voltaram, a empresa recebe subsídio público, e apenas os trabalhadores não estão com seus direitos repostos”, argumenta o sindicato no processo.

O prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, afirmou em nota que os grevistas terão o contrato de trabalho suspenso durante a greve, o que levará ao desconto de salário referente aos dias parados.

Durante a greve, 35% da frota seguirá operando nos horários de pico (das 5h30min às 8h30min e das 17h30min às 20h30min), e 15% nos demais horários, seguindo decisão judicial.

Leia também: Rodoviários de Caxias do Sul bloqueiam R$ 2,5 mi de empresa que fechou sem aviso