A CSB realizou reunião nesta sexta-feira (29/05) sobre o ataque aos servidores públicos pelo governo federal através da Lei Complementar 173 que estabeleceu o socorro federal aos estados e aos municípios no valor de 120 bilhões entre repasses diretos e suspensão de dívidas, mas que como contrapartida proibiu aumentos ou reajustes em suas remunerações até 31 de dezembro de 2021.
Participaram da reunião os representantes de servidores: Aires Ribeiro, presidente da Confederação dos Servidores Públicos Municipais; Antônio Wagner, presidente em exercício da CSB-MT; Sérgio Arnoud, presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no estado do Rio Grande do Sul; os representantes da CSB: Antonio Neto, presidente nacional, e Álvaro Egea, secretário-geral; além de advogados e assessores das entidades.
Segundo Denilson Bandeira, Secretário de Comunicação da FESSPMESP, a reunião tratou dos efeitos jurídicos e da estratégia das entidades representativas dos servidores para enfrentar os cortes. Bandeira destacou a importância dessa reunião e da convocação de outras no futuro para organizar e fortalecer os sindicatos dos servidores na defesa dos seus direitos.
Os cortes nos direitos dos servidores públicos tem sido frequentes nos últimos anos com a emenda constitucional do Teto de Gastos do governo Temer em 2016, a Reforma da Previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes aprovada em 2019, e agora os cortes de direitos dos funcionários públicos em 2020 em meio à crise econômica e da pandemia da covid-19 com a aprovação do socorro federal aos estados tendo como contrapartida a suspensão dos aumentos e reajustes dos servidores.
No vídeo que foi liberado pelo STF da reunião com Bolsonaro, Paulo Guedes chamou os servidores de inimigos e comemorou os ataques obtidos pelo governo no Congresso. Segundo ele, o congelamento de salários por dois anos é “uma granada no bolso do inimigo“.
O presidente da CSPM, Aires Ribeiro, disse que: “O ministro Guedes acompanha o presidente em suas atitudes de criar fumaça para encobrir sua incompetência para resolver os problemas econômicos e apresentar um projeto de desenvolvimento. O ataque aos servidores com ofensas, difamações e calúnias, que neste momento lutam para manter a vida do povo brasileiro, demonstra a falta de caráter deste serviçal do sistema financeiro, entreguista e traidor da Pátria. Nós, servidores de todos os setores, segurança, saúde, educação, fiscalização, judiciário, etc., sabemos do nosso valor, da nossa responsabilidade com a nação e não vamos aceitar esses ataques gratuitos sem o devido repúdio.”
Na esfera estadual, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, protagonizou ataques ao funcionalismo antes mesmo da exigência federal com um pacote de leis que alterou diversas regras sobre remuneração e previdência cortando direitos dos servidores.