Representante da CSB participa de comissão que investigará repressão aos sindicatos na ditadura

De acordo com Ismael Antonio de Souza, os trabalhadores que sofreram repressão merecem uma reparação do Estado

Em reunião da Comissão Nacional da Verdade, realizada ontem (16), em São Paulo, foram definidos os membros do Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores, Trabalhadoras e ao Movimento Sindical, que também vai investigar e explicitar o envolvimento de empresas privadas e estatais na perseguição aos trabalhadores e sindicatos. Dentro desse grupo, haverá integrantes dos principais sindicatos brasileiros. O representante da CSB será o diretor do Sindpd em Campinas/SP, Ismael Antonio de Souza.

Souza viveu de perto a tensão que ocorria nas principais capitais do Brasil durante os “anos de chumbo”. Na época, o diretor do Sindpd militava  pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), partido clandestino de oposição à ditadura.  Por conta das perseguições políticas, ele foi forçado a deixar o Brasil e viver no exílio por vários anos, passando por países como Chile, Argentina e Suécia.

De acordo com o sindicalista, o objetivo primordial da apuração dos fatos é a reparação política e moral que foi maculada por perseguições, torturas e desaparecimento de trabalhadores. “O objetivo final dos trabalhos é que se tenha justiça e se ofereça uma desculpa e reparação de ordem política”, destaca Souza.

Se houver indícios de perseguições ou violações de direitos humanos, o grupo buscará caminhos jurídicos para que essas empresas que colaboraram com o aparelho repressor sejam penalizadas e paguem indenizações aos trabalhadores prejudicados. Souza também ressaltou que “o Estado deve um pedido de desculpas e reparação às famílias de trabalhadores desparecidos, pois estas também foram diretamente atingidas pelas ações danosas da ditadura”.

Na próxima segunda (22), haverá o Ato Sindical Unitário, no qual será lançado o Grupo de Trabalho, além da comemoração dos 30 anos da greve geral de 1983. A partir do levantamento feito, será de conhecimento público um dos mais importantes eixos da ditadura, que foi a perseguição aos sindicatos e operários, especialmente na região do ABC paulista.

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