Ao participar de sessão temática do Senado sobre a reforma trabalhista (PLC 38/2017), nesta terça-feira (16), o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto, disse que o setor patronal brasileiro “banca uma proposta de retrocesso nos direitos trabalhistas e sociais, chancelada na Câmara dos Deputados com uma rapidez jamais vista na história”. O sindicalista acusou o governo e as entidades patronais de tentarem “vender” para o trabalhador o oposto do que representa a reforma trabalhista.
O presidente da CSB afirmou que a reforma representa a troca dos contratos de trabalho por sistemas precários e a substituição da negociação coletiva pelo acordo individual. Para ele, trata-se da “devastação do Direito do Trabalho”.
A essência da reforma, na avaliação do sindicalista, é “o fim da carteira assinada e dos direitos trabalhistas”. Para ele, “não é à toa que mais de 60% dos trabalhadores, mesmo sem saberem a fundo o conteúdo dessas propostas, são contra ela”. O sindicalista afirmou ainda que metade dos trabalhadores defende a manutenção da contribuição obrigatória para suas entidades, como apontou pesquisa Datafolha.
Entretanto, o sindicalista advertiu que “o povo está sensível e não perdoará tamanha traição”. Segundo ele, os esclarecimentos feitos pelos sindicatos e por suas bases nas redes sociais “estão conseguindo superar o poder das mentiras”.
– Aprovar esses temas prejudiciais para os trabalhadores a toque de caixa não irá esconder o mal que eles promoverão. O povo sentirá, ao se aposentar, ao ter o seu salário reduzido, ao ter o seu emprego cortado para a contratação de um temporário, terceirizado, o intermitente, ao ter a sua vida transformada – disse o presidente da CSB.
Fonte: Agência Senado