Mesmo com queda da Selic, FGTS tem lucro próximo a R$ 12 bilhões em 2017

Dados preliminares mostram que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve ter fechado 2017 com um lucro líquido de aproximadamente R$ 12 bilhões. Até setembro, segundo fonte ouvida pelo Valor, esse resultado era de algo próximo de R$ 10 bilhões. O desempenho do fundo o ano passado é considerado elevado mas foi prejudicado pela queda da taxa básica de juros (Selic), que atualmente é de 7% ao ano.

Em 2016, o lucro do FGTS foi de R$ 14,5 bilhões puxado justamente pelos juros mais altos, que melhoraram a rentabilidade do fundo com títulos públicos. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa de juros ficou estagnada em 14,25%. Em dezembro de 2016, estava em 13,75% ao ano.

Se confirmado o desempenho do fundo projetado para 2017, o FGTS vai distribuir aos seus cotistas 50% do valor, ou seja, algo em torno de R$ 6 bilhões. Esses recursos ficam depositados na conta do trabalhador podendo ser sacado apenas se cumprindo os critérios exigidos como demissão sem justa causa, aposentadoria ou doença grave. Em 2016, o FGTS fez uma distribuição de lucro de R$ 7,28 bilhões.

Segundo fonte ouvida pelo Valor, o desempenho do fundo em 2017 também foi afetado pelo saque de contas inativas pelos trabalhadores que somou mais de R$ 40 bilhões. Somente essa iniciativa, provocaria uma redução no lucro do fundo cerca de R$ 1,5 bilhão, segundo estimativas do governo.

Além disso, a retomada da economia, que está ajudando a melhorar o ritmo de contratações com carteira assinada, ainda não repercutiu em um aumento da arrecadação do FGTS. Isso está acontecendo porque o desemprego vem sendo reduzido, principalmente, com a contratação de informais.

A distribuição do lucro do FGTS foi determinada pela lei 13.446 de 2017 como uma forma de elevar a rentabilidade para o cotista, que até então correspondia a 3% ao ano mais a TR. Em 2016 a rentabilidade para o trabalhador ficou em 7,1%, gerando um ganho real de 0,81%. Em 2017 a rentabilidade deve ficar entre 5% a 6%, gerando ganho real entre 2% a 3%.

Assim, pelo segundo ano seguido a rentabilidade vai ficar acima da inflação, que foi de 2,95% ao ano em 2017, gerando ganho real ao trabalhador. Entre 2010 e 2015, a perda real de rendimento do trabalhador foi de 18,82%, segundo dados do Ministério do Planejamento.

Fonte: Valor Econômico

Compartilhe:

Leia mais
Chapa 1 fenapef
Chapa 1 vence eleição para diretoria da Fenapef com 62% dos votos válidos; veja resultados
STF pauta ações trabalhistas
Servidores públicos podem ser contratados via CLT e outros regimes, valida STF; entenda
reunião juizes de paz bahia csb
CSB-BA apoia regulamentação da profissão de juiz de paz em reunião com governo do estado
pesquisa prioridades profissinais de TI Fenati
Fenati chama profissionais de TI para definir prioridades de atuação dos sindicatos; saiba
juros altos famílias endividadas
Juros altos mantêm famílias endividadas, diz CNC; Copom deve elevar Selic nesta quarta
audiencia ministério do trabalho prevenção acidentes motociclistas
Audiência no MTE discute prevenção de acidentes com motociclistas profissionais
Debate ALMG PL 2238 servidores Ipsemg
Na ALGM, Sindicato dos Servidores do Ipsemg defende valorização da carreira
Luiz Marinho nega mudança seguro-desemprego
"Deveriam estudar legislação", diz Marinho sobre ideias que mudariam seguro-desemprego
Nota tecnica 09 conalis mpt resumo
Procurador do Trabalho resume principais pontos da Nota Técnica nº 09 da Conalis; entenda
TRT 15 Campinas
Há 80 anos, caso de assédio moral inaugurou Justiça do Trabalho em Campinas