Tributo ao ex-presidente foi realizado no Dia 4 de maio
O ex-presidente, deposto pelo golpe militar de 1964, João Goulart, foi homenageado pelo Congresso Nacional, no dia 4 de maio. O ato também comemorou o Dia do Trabalho. A CSB foi representada na solenidade pelo assessor parlamentar Ernesto Pereira.
Participaram do evento o filho de Jango, João Vicente Goulart, presidente da Fundação João Goulart, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e o presidente do PDT do Distrito Federal, George Michel. A solenidade foi proposta pelo líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz (RO), e pelo deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), em parceria com a direção da Fundação João Goulart.
Jango, considerado o herdeiro político de Getúlio Vargas, foi deposto no dia 31 de março de 1964. Isolado, o então presidente da República, pouco pôde fazer para evitar o golpe. Com a economia do País em crise e sem forças para promover as reformas de base, principal bandeira de seu governo, o presidente deixou Brasília e se exilou com família no Uruguai. Jango morreu na Argentina 12 anos depois.
Na homenagem, João Vicente Goulart lembrou da morte do pai, que inicialmente foi apontada como infarto, porém investigada até hoje. “Desde dezembro de 1976, há suspeita de que a morte de Jango poderia ter acontecido não por meios naturais, mas ter sido provocada por troca de medicamentos. Esclarecer a morte do meu pai é um dever da nação brasileira. Afinal, ele é um dos nossos ex-presidentes eleitos constitucionais, e a história do Brasil não pode conviver com essa dúvida”, afirmou. Goulart também celebrou a anulação da sessão de 2 de abril de 1964, quando o ex-presidente foi deposto.
Memorial
João Vicente Goulart e Carlos Lupi aproveitaram o ato em homenagem a Jango para protestar contra a resistência à construção do Memorial Liberdade e Democracia Presidente João Goulart, em Brasília. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está investigando o processo de cessão do terreno para realização da obra pelo Governo do Distrito Federal (GDF) ao Instituto João Goulart.
“Após esta Casa devolver o mandato a João Goulart cassado pelo arbítrio, 50 anos depois, muitos covardes querem ressuscitar o golpe de 64 e, travestindo-se de progressistas, cassar Jango novamente ao impedir uma simples cessão de uso de área para construção do Memorial da Liberdade e da Democracia”, protestou João Vicente Goulart.
Carlos Lupi afirmou que não irá aceitar que se impeça a construção do monumento a João Goulart.
*Com informações da Agência Senado