Antonio Neto pediu ações mais efetivas em relação à pauta trabalhista durante reunião com a presidenta Dilma Rousseff
Durante reunião das centrais sindicais (CSB, CUT, CTB, Força, UGT, CSP/Conlutas, CGTB e NCST) com a presidenta Dilma Rousseff na manhã de hoje (25), no Palácio do Planalto, o presidente da CSB, Antonio Neto, cobrou apoio explícito do governo a pelo menos parte da pauta trabalhista proposta pelas centrais, principalmente à redução da jornada de trabalho. O secretário-geral da CSB, Alvaro Egea, também representou a entidade no evento.
Neto afirmou que o povo clama por respostas rápidas, por medidas perceptíveis que alterem positivamente a sua qualidade de vida. “Não existe medida mais adequada para melhorar a vida do trabalhador do que a redução da jornada de trabalho, uma pauta que está em debate na sociedade há mais de uma década. Por isso é fundamental que o governo abra espaço e apoie essa pauta. Se ele quer responder à sociedade em relação às manifestações das últimas semanas, deve dar atenção às questões trabalhistas”, enfatizou o presidente da CSB.
Para ele, a redução da jornada atingirá todas as camadas da sociedade, principalmente os menos favorecidos. “A redução para 40 horas semanais influi diretamente no tempo utilizado para o transporte, minimiza o sofrimento de milhões de pessoas que acordam de madrugada para trabalhar, além de proporcionar mais tempo para lazer e qualificação ao trabalhador – melhorando a qualidade de vida. E, o mais importante, significa um aumento direto na renda da classe trabalhadora” argumentou Antonio Neto.
O presidente da CSB reiterou que a entidade já atua há muito tempo para aprovar no Congresso Nacional a proposta da redução da jornada de trabalho. “Nós já fizemos de tudo, inclusive colhemos mais de 1,5 milhão de assinaturas, além de realizarmos dezenas de marchas. Mas sempre fomos barrados pelo lobby dos capitães da indústria”, ressaltou.
Propostas da Central
A CSB entende que hoje a correlação de forças é outra. Existe espaço concreto para que o governo venha a público e apoie a proposta de redução da jornada de trabalho. “Para tanto é preciso coragem, romper com as amarras e mobilizar a base para apoiar esta medida. Se a direita ficar publicamente contra, terá que se expor, terá que mostrar para os milhões de trabalhadores insatisfeitos com a situação que eles são contra a redução”, contestou Antonio Neto.
Para o presidente da CSB, é imprescindível o investimento de 10% do PIB em educação, a melhoria do sistema de transporte coletivo, saúde pública de qualidade, a regulamentação da terceirização e o fim do fator previdenciário.
Boa parte dos dirigentes sindicais saiu descontente com o fato de o governo não responder ou dar encaminhamento às propostas apresentadas pelos sindicalistas. “As centrais vão às ruas novamente, com uma gigantesca paralisação, e queremos respostas efetivas do governo, da sua base parlamentar e do Congresso Nacional para atender aos anseios dos trabalhadores, que já não suportam mais promessas”, finalizou Antonio Neto.