Nesta segunda-feira (5), Portugal inicia o projeto-piloto da semana de trabalho de quatro dias. O anúncio foi feito no Parlamento pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
A iniciativa do governo português está planejada para cerca de 40 empresas privadas e mil colaboradores.
A maioria das empresas é ligada à informática e consultoria, enquanto as demais são dos setores da indústria e comércio, construção, saúde, apoio social e educação.
A experiência da redução do número de horas trabalhadas sem diminuição de salário será avaliada até a última semana de novembro.
As empresas que aderirem voluntariamente e de maneira reversível serão verificadas antes, durante e depois do teste.
Serão comparados índices de produtividade, custos, saúde e bem-estar dos trabalhadores.
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Estudos corporativos indicam que os trabalhadores das empresas em Portugal estão estressados. Equipes reduzidas e salários consumidos pela inflação aumentaram o nível de esgotamento nos escritórios.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que Portugal é o terceiro país com maior carga horária semanal.
Apesar de grande parte dos trabalhadores cumprir carga horária acima das oito horas diárias, isso não tem assegurado maior produtividade ou competitividade às empresas.
Empresas mais atrativas
Durante o balanço da primeira fase, o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, ressaltou a importância do projeto para tornar as empresas portuguesas mais atrativas.
“Portugal precisa de saber captar talentos nacionais e estrangeiros e isso passa também por proporcionar boas condições de trabalho”, disse Fontes.
Apesar de ser associada ao “sextou”, a semana de quatro dias prevê folgas rotativas ou em dias específico e caberá às empresas organizar a semana reduzida da maneira mais adequada ao trabalho, levando em conta o setor, atendimento ao público e demais questões laborais.
A semana de trabalho de quatro dias é antes de tudo uma ideia com o objetivo de enxugar as horas desperdiçadas em tarefas ou reuniões improdutivas sem reduzir a qualidade do trabalho ou serviço.
O apoio financeiro do governo para despesas e encargos será de € 350 mil (R$ 1,8 milhão), sob responsabilidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Fonte: Brasil Independente, com informações de O Globo