A presidente Dilma Rousseff exigiu que o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) busque formas de garantir os investimentos no setor – tanto na ampliação das redes quanto na qualidade.
Para ela, não dá mais para ter serviços “pela metade” ou níveis de qualidade garantidos somente aos clientes que aceitam pagar a mais.
Nos bastidores, integrantes do governo usam os investimentos de outras empresas em telecomunicações como referência.
Neste ano, a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal – três das maiores estatais – investirão cerca de R$ 2,8 bilhões, somente na ampliação e na manutenção de suas redes de comunicação (voz e dados).
A cifra equivale a 33% de todo o investimento realizado pelas operadoras (fixas e móveis) no primeiro semestre deste ano.
A Vivo, líder em clientes, investiu R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre, e a TIM, R$ 1,6 bilhão. A Oi anunciou um plano de R$ 6 bilhões até o final do ano.
Esses valores só consideram os recursos destinados às redes e não na compra de licenças para a operação.
POR CONTA PRÓPRIA
A Petrobras é hoje dona de uma rede de quase 7.000 quilômetros de cabos ópticos, comparável à de uma tele, que se estende pela costa.
As fibras ópticas interligam Canoas (RS) a Ipojuca (PE), passando por São Paulo e Rio de Janeiro, com ramificações em Brasília e Belo Horizonte. Existe ainda uma interligação entre Manaus e Urucu (AM).
A Petrobras também usa estações de rádio e satélites, tudo para suportar suas operações. A empresa contrata os serviços das operadoras (fixas e móveis), mas, por uma questão de segurança, não abre mão de manter sua própria infraestrutura.
Os dutos de petróleo e gás são monitorados em tempo real (em solo e em alto-mar) e não é possível falhas na conexão.
Essa rede é tão vasta que a estatal costuma alugá-la para as próprias operadoras. Neste ano, os investimentos da Petrobras devem bater em R$ 800 milhões, mais que o dobro dos R$ 330 milhões, registrados em 2008.
EXPANSÃO BANCÁRIA
Para a Caixa Econômica Federal, boa parte dos investimentos está destinada à expansão da rede para dar suporte aos novos negócios nos próximos anos.
O governo quer aumentar a bancarização, levando os serviços para cidades menores. Para isso, até o fim deste ano, serão destinados R$ 608 milhões para o custeio da rede e R$ 1,4 bilhão em expansão, principalmente em tecnologias de última geração para o programa de internet banking.
O Banco do Brasil não fechou os números, mas terá a mesma estratégia.
Fonte: Folha de São Paulo