Proibição da pesca na região da Foz do Rio Doce afeta renda da categoria
Com o apoio da CSB, os pescadores de vários municípios do Espírito Santo protestaram em frente à sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), em Vitória, no dia 21 de março. A categoria reivindica o fim da proibição da pesca de camarões entre Santa Cruz e a Praia dos Degredos, em Povoação, região Norte do estado.
Devido ao rompimento da barragem do Fundão, em Mariana /MG, em novembro de 2015, o Ibama realizou análises das águas da região da Foz do Rio Doce e encontrou, na massa de lama, quantidades de metais pesados, tais como arsênio, chumbo e mercúrio, superiores aos valores aceitáveis. Por esta razão, no dia 22 de fevereiro, a Justiça Federal proibiu, por tempo indeterminado, a pesca na região, pois os animais capturados podem estar contaminados por metais pesados.
Segundo Viviane Barbosa de Jesus, membro da Direção Nacional da CSB e diretora do Sindicato dos Administradores do Estado do Espírito Santo (SINAES), os pescadores exigem ter acesso aos laudos de análises das águas do Ibama. “O camarão da espécie sete barbas é a principal fonte de renda dos pescadores do Espírito Santo. Com a proibição da pesca, muitas famílias estão passando por dificuldades financeiras. Será um período de defeso de quase um ano até que todas as análises sejam concluídas”, afirmou.
“As áreas com proibição de pesca chegaram a 70% nas zonas pesqueiras do Estado. Está muito difícil. Já tem pescador passando necessidade. O Ibama está apreendendo barcos, redes, prendendo pescadores. E o Ibama não dá informação nenhuma, apenas prende e leva”, contou Viviane.
A proibição, segundo nota do Ibama, visa preservar a saúde da população que consome os pescados da região e a sobrevivência das espécies. Está permitida somente a pesca destinada à pesquisa científica.
Os pescadores alegam que mesmo que seja pago o seguro-defeso neste período de proibição da pesca, o valor não será o suficiente para suprir as necessidades das famílias.