Para Mantega, “Brasil não pode esperar para reduzir tarifas”

Ministro diz ainda que o setor de energia continuará atraindo investimentos no país

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu enfaticamente o plano de redução das contas de luz e afirmou, em entrevista ao Valor, que o Brasil “não pode esperar até 2015 ou 2016″ para diminuir suas tarifas de energia elétrica. Ele garantiu, mesmo com a ameaça de algumas empresas de não aderir às propostas do governo para antecipar a prorrogação de suas concessões, um desconto médio de 20,2% a partir de 2013. “Vamos perseguir isso de alguma maneira”, ressaltou o ministro.

Para ele, o plano do governo “não viola nenhum direito adquirido” e mantém a atratividade do setor elétrico para novos investimentos. “Eu desafio qualquer um a demonstrar qual foi a cláusula descumprida”, disse Mantega, lembrando que o respeito aos contratos é “um procedimento adotado desde 2003″.

O ministro destacou que a atuação das empresas de energia se dá em um ambiente regulado pelo governo e sustentou que não houve nenhum tipo de intervenção. “As concessões são reguladas pelo setor público. Estamos apenas exercendo o nosso direito de regular. Não há intervenção nenhuma nisso”, comentou.

Na avaliação de Mantega, o setor continuará atraindo investimentos porque há demanda por energia no país, o que se reflete na perspectiva de aumento do faturamento das empresas. Isso, segundo ele, tem impacto direto no valor das ações e permitirá a recuperação dos ativos. “Esses valores se movem. Tem queda hoje, mas amanhã sobe de novo.”

Reconhecendo “o direito de acionistas minoritários defenderem seus interesses específicos”, Mantega atribuiu o sobe-e-desce das ações de elétricas a “alguns poucos interessados em prorrogar privilégios”. “A redução de tarifas beneficia todo o país, todo o setor produtivo, é uma medida imprescindível para o país ganhar competitividade”, resumiu.

Para ressaltar que não houve nenhuma intervenção ou ruptura de contratos, o ministro repetiu várias vezes que a decisão de renovar ou não as concessões com vencimento entre 2015 e 2017 é uma “faculdade” das empresas. “Caso as concessionárias não aceitem [a proposta do governo de antecipar a prorrogação dos contratos], elas ficam até o fim da concessão”, disse Mantega. “Mas algumas concessionárias queriam ver a concessão renovada mantendo as tarifas altas. Estamos pagando energia velha com preço de energia nova, e isso não pode acontecer mais no Brasil. É necessário corrigir essas distorções e estamos fazendo isso sem violar os direitos adquiridos.”

Mantega também procurou minimizar a decisão da estatal mineira Cemig de não pedir a renovação de três usinas cujas concessões estão expirando pela primeira vez. A companhia se recusou a aceitar os termos propostos pelo governo e indicou que pode ir à Justiça, levando a briga em torno da MP 579 para os tribunais. “A Cemig assinou vários contratos concordando com as regras estabelecidas. Eu mesmo já andei lendo esses contratos”, disse o ministro.

Fonte: Valor Econômico

Compartilhe:

Leia mais
Sinplalto filiação CSB
Sindicato dos Servidores Municipais da Microrregião de Araxá anuncia filiação à CSB: "nova fase"
vagas emprego sine carteira de trabalho digital
Vagas de emprego do Sine estão disponíveis na Carteira de Trabalho Digital
emprego e beneficios sociais reduzem pobreza no brasil
Luiz Marinho destaca conquistas lideradas pelo Ministério do Trabalho em 2024
Sindpd aciona empresas que usam desoneração sem enquadramento sindical
Sindpd-SP inicia processos contra empresas que utilizam desoneração sem enquadramento correto
intercambio sindical em Washington
Sindicalistas do Brasil e dos EUA trocam experiências em programa de intercâmbio em Washington
INSS pagamento automatico auxilio doença
INSS suspende bloqueio de pagamento do benefício por falta de comprovação de vida
fake news não há nova contribuição sindical
Ao contrário do que diz a imprensa, não há nova contribuição sindical em discussão no país
reunião dieese servidores públicos
Servidor público, participe de reunião estratégica na defesa de seus direitos; acesse o link
Fessergs toma posse no conselho do IPE Saude
Presidente e vice-presidente da Fessergs tomam posse como conselheiros do IPE Saúde
TST novas regras recursos
Admissibilidade de recursos no TST tem novas regras a partir de fevereiro; saiba o que muda