Para historiador Wendel Pinheiro, dirigentes devem defender o legado de Vargas, que democratizou os direitos dos trabalhadores

Durante apresentação, palestrante fez um comparativo dos avanços da Era Vargas em relação aos outros períodos da história

O historiador Wendel Pinheiro abriu nesta quarta-feira (17), o segundo dia do Congresso Estadual do Rio de Janeiro com a “História do Movimento Progressista Brasileiro”. Durante sua apresentação, Pinheiro traçou um comparativo entre a Era Vargas e outros períodos da história do Brasil e reforçou a importância de se conhecer a história para defender a permanência dos direitos trabalhistas.

Para o palestrante, todos os dirigentes sindicais devem defender o legado de Vargas, responsável por democratizar os direitos dos trabalhadores, que já suas primeiras medidas, ainda no governo provisório, favoreceram a classe operária.

“Na Era Vargas você tem de fato a classe trabalhadora reconhecida como atores de direitos sociais e agentes políticos. Em suas primeiras medidas, Vargas colocou uma série de demandas para democratizar os direitos dos trabalhadores. Nessa época temos a institucionalização das políticas públicas voltadas para os trabalhadores”, falou o Pinheiro, destacando a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC), a Lei dos 2/3, da Justiça Eleitoral, direito de voto e de elegibilidade para as mulheres, além de regulamentar a jornada de trabalho, o pagamento das férias aos trabalhadores e o trabalho das mulheres.

Este período foi importante para as entidades sindicais, que até então sofriam com uma organização precária, sem a presença de sindicatos organizados e a inexistência da representatividade e da valorização dos trabalhadores. A Era Vargas é a responsável pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), além da unicidade sindical, a organização da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho.

Experiência democrática

Fazendo um paralelo com o período da Primeira República, no qual trabalhadores eram marginalizados e não tinham condições de exercer a organização da classe operária, Wendel Pinheiro apresentou as conquistas obtidas com João Goulart (Jango) à frente do Ministério do Trabalho após o retorno de Getúlio Vargas ao poder.

“Com a volta do Vargas e com Goulart no Ministério do Trabalho, acabou a opressão do governo Dutra, voltaram os diálogos com os trabalhadores e houve menos intervenção contra os sindicatos. Além disso, foram importantes conquistas a dispensa do atestado ideológico para os sindicalistas, liberdade para a realização de assembleias sindicais sem a intervenção do Ministério do Trabalho e o diálogo direto de Jango com os trabalhadores, além do aumento de 100% do salário mínimo” finalizou Pinheiro.

Compartilhe:

Leia mais
Sintrammar diretoria eleita 2025
Chapa 2 vence eleições do Sintrammar de Santos e Região, com Erivan Pereira reeleito presidente
reunião mesa permanente servidores federais 20-02-25
Em reunião, servidores federais cobram governo sobre pauta de reivindicações travada
saúde mental no trabalho nr-1
Empresas serão responsáveis por saúde mental dos funcionários a partir de maio
img-pagamentos-inss-mudanca-carnaval
Calendário de pagamentos do INSS terá mudanças devido ao Carnaval 2025; confira datas
mpt campinas investiga empresas por pratica antissindical
MPT investiga 32 empresas de SP por coagirem empregados a se opor à contribuição assistencial
servidores excluidos reestruração carreiras rs mesa fessergs
Fessergs e governo do RS formam mesa sobre servidores excluídos de reestruturação
trabalhador indenização cancer
Trabalhador será indenizado em R$ 500 mil por demissão após comunicar câncer
saque fgts nascimento filhos
Projeto que libera saque do FGTS por nascimento de filhos avança na Câmara
CNJ regras inteligencia artificial judiciário
Conselho aprova regras para uso de inteligência artificial no Judiciário
Trabalho imigrantes Texas Tesla e SpaceX
Empresas de Elon Musk usam imigrantes irregulares em obras no Texas, diz reportagem