Dra. Vilma Dias listou e esclareceu as principais qualidades de um bom líder sindical ao encerrar primeiro dia de formação política do Congresso estadual em SC
“Liderança Sindical e seus Desafios” é a última palestra do primeiro dia de formação política do Congresso Estadual da CSB no estado de Santa Catarina. Ministrada pela auditora do Ministério do Trabalho Dra. Vilma Dias, a apresentação debateu o papel social dos sindicatos como formador de consciência crítica e agente transformador na atual conjuntura político-econômica brasileira.
Sob o mote de que o caminho, hoje, é ir às ruas para lutar contra os retrocessos nos direitos trabalhistas e previdenciários, Dias afirma que o momento é de retomar o protagonismo do movimento sindical com o objetivo de fortalecer a mobilização dos trabalhadores. De acordo com a auditora, “no Estado Democrático de Direito, é preciso reclamar, é preciso lutar. E os sindicatos é uma instituição fundamental de transformação social”.
“Diante da crise política e econômica, nós entendemos que o sindicalista fica em uma posição de resistência para preservar as conquistas. Os sindicatos também sofrem com a descrença no movimento, bem justificada pelo conceito de modernidade líquida do sociólogo Zygmunt Bauman, que atribui ao imediatismo do ser humano moderno as causas da descrença na organização para conseguir algo a longo prazo. Mas os dirigentes trabalham em duas frentes: na interna, na luta pela sua categoria, e defendendo direitos sociais. Portanto, é preciso que o movimento sindical lute por políticas públicas, por educação, por saúde, por emprego porque a sociedade necessita da força dos sindicatos”, ressalta Vilma.
Para a doutora e auditora do Ministério do Trabalho, legitimidade, transparência e coerência são ingredientes essenciais para que as mobilizações promovidas pelas lideranças sindicais sejam bem sucedidas. Além disso, disciplina, humildade, respeito, compromisso e paciência são qualidades que os dirigentes sindicais precisam desenvolver para desempenhar uma forte representação de toda a gama de trabalhadores: empregados, não-empregados, filiados e não-filiados.
“Como representar o trabalhador de verdade e enfrentar desafios? O dirigente precisa desenvolver novas habilidades, estudar, se qualificar para estar pronto a intervir na realidade. Se eu não tenho domínio dos interesses gerais dos trabalhadores, se eu não me comunico com eficiência, como o trabalhador vai confiar em mim? Um sindicalista precisa liderar pelo exemplo, pautado por princípios éticos e boas práticas. Líder é aquele que sabe servir e fazer funcionar a harmonia das relações entre os operadores de um contexto para que exista o máximo de produção específica ou resultado integral”, esclarece Dias.
Durante a apresentação, a palestrante ainda listou as atitudes esperadas de um líder moderno. Saber o que as expectativas da equipe de liderados, entender o perfil de cada colaborador, agir com equilíbrio, ser autêntico, conhecer os obstáculos para planejar, manter a equipe engajada, estar antenado e proporcionar desenvolvimento pessoal fazem parte de uma postura capacitada à liderança, que pode ser inata ou desenvolvida por meio de qualificação.
“Ninguém mais se manterá líder pela doutrina de comandar, mas pela capacidade de envolver e saber usar seus envolvidos, procurando o comprometimento pela consciência do próprio grupo. Os desafios são grandes, mas é nos momentos difíceis que nós crescemos, que evoluímos, que aprendemos mais. O papel dos dirigentes nessa conjuntura é crucial. O momento requer mudança de postura e atitude frente à crise. E o movimento sindical já passou por outras crises e superou. Então, vai superar esta também!”, concluiu Vilma Dias.