“Os trabalhadores do México, neste momento, estão lutando contra os mesmos inimigos que vocês”, diz Antonio Álvarez Esparza, dirigente da CROC

Representante da Confederação Revolucionária de Trabalhadores reforça a união entre Brasil e México nas lutas pelos direitos dos trabalhadores latino-americanos

Companheirismo e união de movimentos sindicalistas internacionais também marcaram o ciclo de palestras do Seminário Nacional de Formação Política da CSB, realizado na última segunda-feira (6). Brasil e México reiteraram a unidade de seus compromissos de luta durante a palavra do representante da Confederação Revolucionária de Trabalhadores Obreros e Campesinos de Jalisco (CROC), Antonio Álvarez Esparza. “Os trabalhadores do México, neste momento, estão lutando contra os mesmos inimigos que vocês”, declarou o líder sindical.

A explanação a respeito da pressão exercida pela ordem econômica mundial sobre os trabalhadores latino-americanos foi o principal tema exposto por Esparza. De acordo com o dirigente da CROC, as crises sofridas pelas nações possuem uma causa única. “Os ciclos econômicos provocam crises muito profundas nos países com o objetivo de realizar mudanças radicais, privatizando a livre concorrência e pulverizando as sociedades. Vejo que estão induzindo este grande país a uma crise, para logo levar ao resultado da flexibilização laboral e do ajuste econômico”, afirmou Antonio Álvarez.

Para exemplificar a consequência que o chamado neoliberalismo acarreta às nações, o representante da Confederação relembra a história do seu país de origem. Segundo Esparza, a cada crise enfrentada pelo México nos anos de 1982, 1988, 1994, 1995 e 2008, a nação perdeu 8% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

“Fecharam uma infinidade de empresas. Trabalhamos três dias por semana porque a empresa não teria com o que sobreviver. Quantos sacrifícios tão grandes tiveram [de enfrentar] os trabalhadores do mundo para poder fundamentar uma nova ordem econômica que é toda injustiça, toda dor e toda subordinação?”, questionou o orador, e completou: “No México, somos todos filhos da crise”.

Em meio à exposição de ideias, o líder da CROC deixou um alerta aos dirigentes sindicais e trabalhadores presentes no Seminário. Para Antonio Álvarez, o Brasil precisa superar o desafio imposto por seu atual cenário político interno, e “se [os trabalhadores] não se unirem, ele irá os arrasar, mas se mantiverem a unidade, a consciência e o diagnóstico corretos, triunfarão”.

Ao final, o representante da Confederação Revolucionária de Trabalhadores Obreros e Campesinos de Jalisco parabenizou a iniciativa da CSB em promover o Seminário de Formação Política e se disse inspirado por todos os palestrantes do evento.

“Encoraja-me muito a claridade que tem essa Central dos trabalhadores brasileiros; encoraja-me muito ver que está se formando aqui, com todos vocês, uma consciência científica bem fundamentada, porque gera uma força para seguir adiante”, concluiu Esparza.

Parceria

Em entrevista, o representante da CROC também relembrou as atividades que a CSB e as entidades sindicais mexicanas – a CROC e a Federação Revolucionária de Obreros e Campesinos do Estado de Jalisco (FROC) – têm realizado em parceria, como os debates do Fórum de Guadalajara (capital de Jalisco) de 2012 e 2014 e o Fórum Sindical Brasil-México, realizado em 2013.

“Temos empreendido uma análise conjunta sobre os problemas comuns do mundo dos trabalhadores para termos uma agenda de trabalho”, disse Antonio Álvarez. De acordo com o líder sindical, a importância de grupos econômicos formados por nações em desenvolvimento, como os BRICS, e da união entre ambos os países é essencial para estabelecer “uma ideia comum e uma meta comum entre as duas nações que mais se identificam e mais se estimam: Brasil e México”.

Veja a galeria de fotos do Seminário Nacional de Formação Política da CSB

Assista à integra da palestra de Antonio Álvarez Esparza no vídeo abaixo:

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