Os desafios dos Policiais Federais pela segurança do Brasil

Mudanças estruturais e investimento em tecnologia estão entre as demandas da categoria em todo o País

Com aumento na visibilidade de importantes operações de combate à corrupção, como a Lava-Jato, a Polícia Federal, criada durante o governo de Getúlio Vargas, assumiu seu papel de protagonista no combate aos crimes de colarinho branco no País. E nesta sexta-feira (16) os profissionais da categoria em todo Brasil comemoram o Dia do Policial Federal, data criada pelo Decreto 5279/2004.

Apesar da situação menos conturbada em comparação a anos anteriores, segundo Flávio Werneck– presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindpol/DF) e vice-presidente da Central do Sindicatos Brasileiros (CSB) –, ainda é necessária mudança efetiva na PF, que conta com mais de 10 mil policiais na ativa em seu quadro.

“Precisamos de mudanças estruturais, a primeira delas deve ser a meritocracia, ou seja, uma mudança na estrutura de carreira da PF, onde o mais competente possa ter a motivação para olhar para cima e ver onde pode chegar. Uma carreira de apoio forte. O Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SINPECPF) tem que ser fortalecido para que a atividade-meio seja melhor implementada e para que o policial possa ir para atividade-fim e largar a burocracia”, disse Werneck, que também citou como necessário uma estrutura como a do FBI, para que o os policias usem cada vez mais as tecnologias disponíveis.

Werneck, que também é vice-presidente da Federação Nacional dos Policias Federais (FENAPEF), fez um balanço positivo de 2018 para a categoria. “Este último ano conseguimos receber parcelas do acordo econômico que a gente tinha feito com o governo. Mesmo eles tentando adiar, conseguimos manter por vias judiciais. Conseguimos também a manutenção do regime de aposentadoria dos policiais, que foi amplamente ameaçado”, explicou o dirigente.

Segundo ele, a burocracia ainda dificulta a evolução da categoria e da própria Polícia Federal.

“Tivemos algumas propostas bem ruins, que burocratizam o nosso sistema de processo penal e nosso sistema de segurança pública, em detrimento de uma boa prestação de serviço à sociedade. A apresentação do relatório do Código de Processo Penal, que é extremamente burocrático e contraproducente, é um dos exemplos que a gente tem e que estamos lutando para que não evolua”, completou.

Apesar da melhora das condições, o dirigente também alerta para iniciativas ruins que ainda permanecem vivas.

“Nossa situação está mais tranquila do que há quatro anos atrás, tivemos uma restruturação financeira, que deu uma aliviada. Mas o assédio moral e o péssimo ambiente de trabalho também continuam. Ainda temos um longo caminho a percorrer. A gente tem acompanhado isso através do atendimento psicológico”, finalizou. Werneck espera que bons exemplos em todo o mundo sejam aplicados no Brasil para combater a crise na segurança pública.

Entre esses exemplos, está a independência investigativa, onde o policial que esteja investigando não sofra influência política e o sistema abreviado de julgamento para crimes em flagrante, assim como acontece no Chile e no Uruguai.

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