Opinião | João Franzin – Getúlio, gênio odiado

O Brasil teve um gênio na política. Esse gênio é o gaúcho positivista, castilhista, nacionalista, socialista e trabalhista Getúlio Vargas. Todos os que vieram depois são menores, inclusive Lula – um grande líder popular, mas não estadista.

Getúlio nasceu na elite agrária, conservadora. Mas soube reger as circunstâncias e conseguir uma proeza: criou e comandou uma elite dissidente, com visão nacional, progressista, modernizadora e, por precisão imperiosa, apoiada nas armas.

Porém, nunca foi herói solitário, novelesco. Homens como Osvaldo Aranha, Lourival Fontes e outros – civis ou militares – compuseram um comando qualificado e efetivo de combate ao atraso e de construção do Estado brasileiro, até então um gabinete de despacho da elite atrasada e corrupta.

Centenas são as realizações de Getúlio, em seus dois governos. Mas uma das suas melhores construções é a estrutura sindical, amparada no Estado. Esse mesmo Estado, que episodicamente é repressivo, foi quem garantiu a organização da nascente classe trabalhadora, no País que havia sido o último a abolir a escravidão.

Sábio, e consciente da correlação de forças, Getúlio Vargas criou as condições para o sindicalismo se exercer com força, por meio de um Ministério do Trabalho aliado, da Justiça do Trabalho e de outros mecanismos, como o imposto sindical – o mais honesto dos impostos já aplicados em nosso País.

Os que combatem Getúlio não é ao estadista que visam alvejar, nem ao governante que precisou endurecer o regime pra dominar a luta interna. Querem destruir o Estado nacional e todos os aparelhos componentes desse Estado que, porventura, representem proteção aos trabalhadores, às suas organizações, à dignidade do trabalho e à soberania nacional. Atuam para que um povo perca essa condição e vire um bando.

Como mostra a Carta-Testamento, Getúlio Vargas tinha consciência de quem eram os inimigos do projeto de construir um Brasil forte, desenvolvido, autônomo, com um povo dono de seu nariz.

Os que atacam a estrutura sindical getulista – não para melhorar o que ficou defasado – e sim destruir o que a Constituição de 1988 reafirmou (como o Artigo 8º) só o fazem por três motivos: 1) Porque compõem as classes dominantes daqui ou de fora; 2) Porque professam a ignorância; 3) Porque, não sendo dessas classes, se põem a mando das mesmas – para o serviço sujo.

Barbosa Lima Sobrinho ensinou que só há dois partidos no Brasil: o de Tiradentes e o de Joaquim Silvério dos Reis. Atacar a organização construída por Getúlio e referendada na Assembleia Nacional Constituinte, para pôr em seu lugar o modelo sindical dos USA, é, em alguns casos, erro chocante, em outros, sabujice ao capital. Remunerada.

Fonte: Agência Sindical

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