OIT: maioria dos trabalhadores tem jornada longa demais ou muito curta

Trabalhar 8 horas diariamente não é a norma para mais da metade da força de trabalho global, apontou um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A média de jornada dos trabalhadores é de 43,9 horas semanais, mas este dado esconde a realidade: a maioria tem jornada muito longa ou trabalha menos que a média. 

O estudo da OIT sobre equilíbrio entre vida profissional e pessoal, publicado nesta sexta-feira (6), descobriu que 35,4% dos trabalhadores globalmente têm uma semana de trabalho superior a 48 horas – ou seja, quase dez horas por dia de segunda a sexta. 

Enquanto isso, cerca de um quinto (20,4%) da mão de obra atua em tempo parcial, durante menos de 35 horas por semana. 

A maior diferença é observada na região Ásia-Pacífico, onde 46,7% dos trabalhadores têm carga horaria superior a 48 horas semanais e 14,5%, menos de 35 horas. 

“Embora as longas horas de trabalho tenham diminuído ligeiramente no início da pandemia e o período mais curto de horas de trabalho tenha aumentado um pouco, ambos os fenômenos já estavam voltando aos níveis pré-pandêmicos no fim de 2020”, diz o levantamento. 

A OIT comparou também a carga horária dos trabalhadores com a quantidade de tempo que eles gostariam de trabalhar, e encontrou uma grande discrepância. 

Flexibilidade aumenta produtividade 

Os pesquisadores observaram ainda os efeitos das medidas de flexibilização implementadas durante a pandemia de Covid. “Dar aos trabalhadores mais flexibilidade em como, onde e quando trabalham pode ser positivo tanto para eles quanto para os negócios, por exemplo, melhorando a produtividade”, afirmou a OIT. 

Já o movimento contrário, de menos flexibilidade, demonstrou-se negativo. “Por outro lado, restringir a flexibilidade traz custos substanciais, incluindo aumento da rotatividade de pessoal.” 

O relatório examinou as respostas dos governos e das empresas à crise durante a pandemia para a continuidade do funcionamento das suas atividades e para a preservação dos postos de trabalho. 

De acordo com o estudo, o aumento do número de trabalhadores com jornada reduzida ajudou a evitar perda de empregos. A OIT conclui: 

“Há uma quantidade substancial de evidências de que as políticas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional fornecem benefícios significativos para as empresas, apoiando o argumento de que tais políticas são uma ‘ganha-ganha’ tanto para empregadores quanto para funcionários”. 

Informações: O Globo 

Leia também: Salário real no Brasil caiu quase 20% desde 2020, aponta OIT 

Compartilhe:

Leia mais
reunião tst centrais sindicais
Centrais têm reunião com presidente do TST sobre contribuição assistencial e emprego no RS
APOIO À NOTA TÉCNICA Nº 09 DA CONALIS
Centrais sindicais dão apoio à Nota Técnica da Conalis (MPT) sobre contribuição assistencial
acordo rodoviários porto alegre trt
Rodoviários de Porto Alegre terão reajuste no salário e no vale-alimentação
Apoio Financeiro RS prorrogado
Governo amplia prazo para empresas do RS aderirem a Apoio Financeiro a funcionários
prodesp descumpre cota jovem aprendiz
Tarcísio promete 60 mil vagas de Jovem Aprendiz, mas Prodesp descumpre cota
Fachada ministério do trabalho
Ministério do Trabalho notifica 1,3 mil sindicatos para atualizar informações; acesse a lista
falecimentot josé alberto rossi cnpl
Nota de pesar: CSB lamenta falecimento de José Alberto Rossi, ex-presidente da CNPL
3a plenaria conselhao
Centrais defendem esforço maior contra a desigualdade em plenária do Conselhão
Desemprego no Brasil cai em 2024
Desemprego no Brasil cai de 8,3% para 7,1% em um ano; massa salarial cresceu 5,6%
Encontro sindicatos BR-CHINA SP 2
CSB recebe sindicalistas chineses para apresentar atuação sindical no Brasil