NOTA PÚBLICA – CENTRAIS SINDICAIS NO DISTRITO FEDERAL

A reabertura econômica coloca em risco a saúde da população do Distrito Federal

As Centrais Sindicais no Distrito Federal repudiam a decisão do Governo do Distrito Federal de retomar total e indiscriminadamente as atividades econômicas pois põe em risco a saúde dos trabalhadores e de toda a população de Brasília e demais cidades. Desde abril, o governador Ibaneis vem ampliando a liberação das atividades apesar de que a epidemia do novo coronavirus não foi ainda controlada, com crescimento acelerado do número de casos registrados e de óbitos.

A decisão recente do governo distrital aumenta a ameaça de rápido esgotamento do sistema de saúde em dar atendimento aos casos mais graves da doença. O quadro atual de sobrecarga do sistema tem acarretado adoecimento e mortes de trabalhadores da saúde que se expõem ao contágio pela falta de equipamentos de proteção, de testagem e de insumos e equipamentos necessários ao exercício seguro do seu trabalho essencial. Essa situação pode atingir um estágio completamente desumano para trabalhadores da saúde e para os pacientes em razão de um aumento dos casos que requerem tratamento intensivo.

Atualmente, os trabalhadores nas atividades em funcionamento têm relatado, com frequência, o descumprimento dos protocolos de prevenção, o desrespeito às regras de distanciamento entre pessoas, a falta de testagem, a insuficiência de equipamentos de proteção individual ou sua má qualidade, entre outros problemas. A retomada das atividades não tem sido acompanhada de campanha de educação e de efetiva fiscalização do cumprimento dos protocolos de proteção e prevenção, posto que não estão contemplados pelas ações do governo do Distrito Federal.

Estamos verificando que nessa retomada, pessoas enquadradas no grupo de risco têm sido forçadas pela necessidade a trabalhar sob intenso risco dada a ameaça da perda do emprego e da fonte de sustento. As demissões estão sendo uma realidade para milhares de brasilienses pois as políticas emergenciais de garantia de renda e de apoio às empresas para a travessia da crise estão ficando aquém do desejável.

A previsão de retomada das aulas presenciais na rede escolar pública e privada irá expor nossas crianças e jovens, professores, funcionários administrativos, pais e toda a comunidade a um risco ainda maior de contágio. Não apenas a transmissão do vírus ocorrerá nas escolas como também no transporte que se intensificará em decorrência da volta às aulas. É preciso reverter essa decisão.

Com essas atitudes, o governo Ibaneis se associa à política irresponsável de Bolsonaro, que considera a doença como uma simples gripe e conduz o país a ser o campeão mundial em número de doentes e de mortos nesta epidemia.

Ao invés de encaminhar de forma precipitada a reabertura das atividades não essenciais, o governo do Distrito Federal deveria desenvolver ações para estancar o aumento no número de novos casos da doença através da testagem e do rastreamento dos casos, junto com o fortalecimento dos programas de sustentação da renda e garantia dos empregos nos setores afetados. Ao contrário,

Conclamamos os trabalhadores que se unam em seus sindicatos representativos para atuar contra a retomada de atividades sem as medidas de prevenção necessárias, a fim de assegurar a proteção à saúde e à vida para si e para toda a população do Distrito Federal e dos municípios do Entorno. Pedimos que as autoridades assumam sua responsabilidade em garantir os direitos à proteção da pessoa humana em todas as suas dimensões e os direitos fundamentais dos trabalhadores nesse momento de crise sanitária.

Brasília, 06 de julho de 2020

Assinam:

CUT – Central Única dos Trabalhadores

FS – Força Sindical

CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

NCST – Nova Central Sindical dos Trabalhadores

UGT – União Geral dos Trabalhadores

CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil

CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

CSP – Conlutas – Central Sindical e Popular – Conlutas

Intersindical – Central da Classe Trabalhadora

Intersindical – Instrumento de Luta da Classe Trabalhadora

Pública – Central do Servidor

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