Apesar de um aumento de 60% da presença feminina no mercado de tecnologia da informação nos últimos cinco anos, segundo dados do Caged, as mulheres ainda representam apenas 12,7% da força de trabalho na área, de acordo com relatório da plataforma de recrutamento Revelo. Além disso, um estudo da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) o mercado de T.I no Brasil não consegue preencher cerca de 100 mil vagas por ano.
Para as mulheres que adentram o mercado, outros desafios ainda são encontrados. Uma pesquisa conduzida pela consultoria de recrutamento Yoctoo buscou identificou que 82% das entrevistadas se sentem constantemente compelidas a provar suas habilidades técnicas e 51% asseguram que conseguir o respeito de líderes, pares ou subordinados do sexo masculino é a tarefa mais difícil.
Diante de tal situação, Cristina Boner, presidente do conselho fiscal do grupo Drexell, acredita que as principais razões para as mulheres não optarem por uma carreira em setores de tecnologia têm raízes em questões sociais e culturais.
“A igualdade de gênero no mercado de trabalho é uma luta antiga das mulheres, e o setor de tecnologia em especial é, historicamente, uma área considerada masculina”, analisa a profissional. “Culturalmente falando, há uma criação de estereótipos de gênero, construídos historicamente, que delegam às mulheres, desde cedo, tarefas e interesses relacionados à esfera do cuidado e ao âmbito privado”, completa.
Ainda de acordo com o estudo realizado pela Yoctoo, com relação às expectativas quanto a mudança do cenário para as profissionais, 52% das mulheres afirmam que o incentivo desde a infância é um elemento primordial para fortalecer a presença delas nas carreiras de tecnologia e, junto a isso, 48% asseguram que a equiparação salarial em todos os níveis também exerceria impacto na mudança desse cenário.
Para Boner, pensar no panorama atual, existe a necessidade de criar exemplos de sucesso para inspirar pessoas. “As mulheres já vêm buscando seu espaço no mercado há muito tempo, mas, agora, as empresas estão mais conscientes da importância de oferecer oportunidades para elas”, pontua a presidente do conselho fiscal do grupo Drexel. “Afinal, dessa forma, criamos um time diverso, com diferentes ideias, visões e modos de pensar. Para aumentar a representatividade das mulheres e favorecer a liderança feminina, é preciso realizar processos de recrutamento que alcancem também essas profissionais”, finaliza.
Fonte: Terra.com
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