Resultado praticamente anula as possibilidades do atual governo de privatizar três importantes empresas
Apesar da tentativa desesperada do atual governo em aprovar, em três dias de sessões extraordinárias, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, um pacote de Propostas de Emendas à Constituição (Pec’s), que autorizam o estado a aderir ao regime de recuperação fiscal da União e, consequentemente, privatizam três importantes empresas sem a realização de plebiscito, como consta na Constituição do estado, as amplas mobilizações do movimento sindical, das representações sociais e da sociedade civil impediram que os deputados votassem os projetos.
Esse vitorioso resultado praticamente anula as possibilidades de o governo de José Ivo Sartori privatizar empresas como a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás).
Presente nas mobilizações na AL, o vice-presidente da CSB e presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do Rio Grande do Sul (FESSERGS), Sérgio Arnoud, vê o resultado como uma grande vitória para o povo gaúcho.
“Nós achamos que foi uma vitória para o estado, que, assim como a população gaúcha, não correrá o risco de ter aumentada a sua dívida com a União em mais de R$ 30 bilhões. Nós derrotamos a ideia do governo e consideramos que neste ano eleitoral nós enterramos o projeto neoliberal de privatizar essas empresas e efetuar essa repactuação da dívida. É uma vitória não só da nossa mobilização, mas sim uma vitória da sociedade gaúcha, que se mobilizou contra este projeto”, falou Arnoud.
Após a derrota do governo, o texto que autoriza a adesão ao programa federal pode ser votado na volta do recesso dos parlamentares, na próxima terça-feira (6). Mas segundo o presidente da FESSERGS, esta votação passa a ser menos importante.
“Esta será uma votação vazia, pois ela só autoriza o estado a abrir a negociação, porém as condições que o Ministério da Fazenda e o governo Temer exigem são as contrapartidas, que são as privatizações, e essas estão sepultadas agora”, explicou o dirigente, que fez uma comparação com a votação da reforma trabalhista.
“Da mesma forma que nós achamos que com as nossas mobilizações nacionais inviabilizamos a reforma da Previdência, que deve ficar para depois de fevereiro, raciocinamos que este adiamento praticamente sepulta qualquer intensão do governo de realizar essas iniciativas”, completou.
A Seccional Rio Grande do Sul da CSB concentrará esforços também contra a reforma da Previdência.