Mototaxistas do Amazonas reivindicam fiscalização e melhores condições de trabalho

Manifestações pedem a revogação de lei que impede o tráfego dos profissionais no centro da cidade; audiências públicas foram marcadas para debater a situação da categoria

700 mototaxistas se mobilizam no estado do Amazonas para reivindicar segurança e fiscalização nas ruas da capital. As manifestações que ocorreram, nos dias 15 e 21/03, em frente à sede da prefeitura e da Câmara Municipal de Manaus ainda pedem a revogação do Decreto 3.287/2016, que regulamenta os serviços da categoria no município e proíbe o transporte de passageiros por mototaxistas em uma área circunscrita que abrange o centro da cidade e o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.

No protesto organizado pelo Sindicato dos Profissionais Mototaxistas de Manaus (Sindmoto/AM) com o apoio da CSB, os trabalhadores também se manifestaram contra a circulação de motos desregulamentadas que, mesmo assim, exercem a profissão no estado.

De acordo com o presidente do Sindicato, Anderson Souza, o descaso do poder público com as ameaças sofridas pelos mototaxistas foi o que impulsionou a mobilização. “Todos os dias temos notícias de profissionais que foram furtados. Inclusive, registramos boletins de ocorrência e levamos ao conhecimento do poder público, às autoridades competentes, e nenhuma providência foi tomada. Então, a categoria resolveu ter a iniciativa de se manifestar”, afirma o dirigente.

a898d00b-b69f-420d-967b-fd28255bf762Para o atendimento das demandas, a categoria luta por um convênio com a Polícia Militar, o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN/AM) e o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (Batran) e pela anulação da proibição da passagem pela Ponte Rio Negro pelos mototaxistas que estiverem com passageiros.

Na cidade de Manaus, segundo a vice-presidente da CSB Rita de Nazaré Melo Dias, o reconhecimento e o exercício da profissão é o primeiro passo para solucionar os problemas de tráfego no município devido a uma estratégia de engenharia de trânsito defasada.

“Hoje, Manaus possui apenas ônibus e os mototáxis como conduções urbanas, e os ônibus urbanos não entram em todas as vias da cidade por causa da dificuldade de acesso. Na periferia, a maioria das ruas são estreitas, e são os mototaxistas que transportam os passageiros até essas zonas onde não há vazão a conduções maiores. Então, os mototaxistas existem para atender a essa demanda, já que aqui ainda não há trem, nem metrô”, conta Dias.

No dia 15, os profissionais concentraram-se na Avenida do Samba e seguiram em passeata até o palácio do governo, a ponte Rio Negro e a prefeitura. O protesto se encerrou no centro da cidade, onde os trabalhadores se manifestaram por vinte minutos.

Negociação

Após reunião entre representantes do movimento sindical e vereadores na segunda-feira (21/03), foi aprovada a realização de audiências públicas para os próximos dias 6 e 7 de abril, na Câmara Municipal de Manaus, com o objetivo de discutir as reivindicações dos mototaxistas. Antes das audiências, a categoria ainda se reunirá com o prefeito da cidade Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto.

“Para as audiências públicas, também convidamos o Comando Geral da Polícia Militar, o DETRAM/AM, a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) e o Ministério Público. Agora, se eles não tomarem uma medida, nós iremos mover uma ação judicial contra a prefeitura para que a categoria possa ter seus direitos preservados”, assegura o presidente do Sindmoto/AM.

Rita de Nazaré Melo Dias, que representará a CSB na Câmara Municipal de Manaus, ainda salienta a importância da categoria para o Brasil e a Central. Segundo a vice-presidente da Entidade, os mototaxistas, como uma categoria nova, precisam do apoio da CSB para conquistarem seu espaço na sociedade.

“Os mototaxistas representam uma categoria nova, recentemente regulamentada no Brasil e importante a todos os estados brasileiros. Esses profissionais lidam diretamente com o cidadão, com o serviço público. E para a CSB é muito relevante levantar essa bandeira de luta, sim, porque essa é uma profissão que precisa conquistar espaço no País e respeito entre a população”, afirma a vice-presidente da CSB.

Anderson Souza também ressalta a seriedade do trabalho da Central para a mobilização. “A CSB é a única central que nos dá todo o respaldo necessário. Com a Entidade, temos apoio jurídico, de logística e assessoria. Nossa categoria é relativamente nova, está no início de sua organização, e por isso há algumas falhas, mas podemos contar com a CSB em todas as nossas lutas”, destaca.

Compartilhe:

Leia mais
grávida pedido demissão anulado tst
TST anula pedido de demissão de grávida feito sem participação do sindicato
Aloysio correa da veiga presidente tst
Empregado não pode ser PJ, diz próximo presidente do Tribunal Superior do Trabalho
inclusão pessoas com autismo mercado de trabalho
Nova lei promove inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho
Assédio eleitoral trabalhador indenização
Assédio eleitoral: trabalhador demitido por negar apoio a Bolsonaro será indenizado
Lula precisa dar mais segurança aos trabalhadores
Governo Lula precisa honrar seus compromissos e dar mais segurança aos trabalhadores
Golpe internet indenização trabalhista
Justiça alerta para novo golpe sobre pagamento de indenizações trabalhistas
ataque israel líbano beirute 2024
Nota: centrais pedem diálogo pela paz em meio à escalada de conflitos pelo mundo
greve trabalhadores portos estados unidos
Presidente Biden apoia greve de portuários: "empresas devem dividir lucros recordes"
CSB inauguração sala darcy ribeiro puc sp
Com apoio da CSB, sala em homenagem a Darcy Ribeiro é inaugurada na PUC-SP
empregos na industria brasileira 2024
Criação de empregos na indústria cresce 83% em 2024, com 344 mil novos postos