Secretaria da mulher trabalhadora da CSB participou do debate sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho
No mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) lançou o Programa Mulher Trabalhadora, que traz um estudo, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apresenta um conjunto de informações que mostram a inserção das mulheres no mercado de trabalho.
O documento apresentado no dia 11 de março mostra que, de 2004 a 2014, a diferença salarial entre mulheres e homens diminuiu, com o rendimento feminino ultrapassando os 70% da renda masculina e atingindo os 77%; e o tempo médio de estudo das mulheres aumentou com relação aos homens, 6,4 anos para elas e 5,3 anos para eles.
Durante a apresentação do estudo também houve um debate sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho. A CSB foi representada pelas integrantes da secretaria da mulher trabalhadora da Central, Antonieta de Cassia Dorledo de Faria (Tieta), Eliane de Lima Gerber e Beatriz Elias da Silva.
A CSB se posicionou a favor da construção de leis que criem mecanismos para garantir a igualdade entre mulheres e homens, visando coibir práticas discriminatórias nas relações de trabalho. Segundo Tieta, a criação e implementação de leis que promovam a igualdade de gênero deve ser prioridade do movimento sindical e das mulheres sindicalistas. “As mulheres desempenham as mesmas funções dos homens, mas continuam ganhando menos. É necessário que existam mais políticas públicas em prol das mulheres. Vamos continuar lutando para garantir que os direitos das trabalhadoras sejam sempre garantidos”, afirmou a secretária da mulher.
Os dados da pesquisa também mostraram que 10 em cada 100 mulheres são trabalhadoras domésticas. Além disso, 7 entre 10 trabalhadoras domésticas não têm carteira assinada e ganham menos que um salário mínimo. Cerca de 90% das mulheres realizam algum tipo de atividade doméstica, e esse trabalho não é remunerado.
Para a 1ª secretária da mulher trabalhadora da CSB, Eliane de Lima Gerber, é preciso colocar na pauta sindical a lutapelo fim das desigualdades entre homens e mulheres. “Também temos que colocar nas reivindicações a responsabilidade compartilhada entre os gêneros no ambiente doméstico. A mulher vive muitas vezes uma jornada tripla dividida entre cuidado com os filhos, com o lar e o trabalho. Tudo isso é muito desgastante. O Programa Mulher Trabalhadora lançado pelo MTPS tem o desafio de apresentar uma política de Estado que corrija essa desigualdade, promova a inserção das mulheres no mundo do trabalho com autonomia econômica para tornarem-se seres sociais e protagonistas na decisão dos rumos da própria vida”, avaliou a dirigente.
No encontro também foram discutidos temas como a igualdade de oportunidades e o combate ao assédio moral e à violência contra a mulher. Para a 2ª secretária da mulher trabalhadora da CSB, Beatriz Elias da Silva, este tipo de debate é fundamental para que haja a construção de uma sociedade mais igualitária. “As mulheres ainda são muito discriminadas profissionalmente. E quando pensamos em serviço público, a situação fica um pouco mais delicada. O assédio moral fica mais latente, já que no serviço público não há controle e nem punições para quem pratica o assédio. Além disso, o assédio contra a mulher normalmente começa como sexual, e, quando há a negativa dela, passa para moral”, disse.