800 trabalhadores dispensados pela montadora foram readmitidos
Após 10 dias de paralisação dos trabalhadores da Volkswagen, a greve foi encerrada. Os 800 profissionais demitidos pela montadora, no dia 6 de janeiro, foram readmitidos. A decisão foi anunciada na assembleia da manhã de 16 de janeiro. Toda a produção ficou paralisada durante o período de greve, apenas os setores administrativos e de desenvolvimento continuaram. Os trabalhadores demitidos retornam ao trabalho no dia 19 de janeiro e terão estabilidade no emprego até 2019, conforme acordo firmado anteriormente entre empresa e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Para Antonio Neto, presidente da CSB, esta é uma conquista dos trabalhadores, que não se renderam perante as pressões dos empresários. “A demissão em massa dos metalúrgicos foi mais uma estratégia de chantagem das montadoras, que desejam obter novos benefícios fiscais do Estado”, disse o dirigente.
As montadoras remeteram, nos últimos cinco anos, mais de US$ 16 bilhões de lucros e dividendos para o exterior, levando em conta somente os registros oficiais do Banco Central. Neto lembra que entre as exigências da Volks para readmitir os funcionários estava redução do IPI, mas também a criação de fundo com recursos do FAT para sustentar ainda mais os lucros, fazendo o trabalhador financiar o sistema de layoff destas empresas, assegurando a regulação administrativa e financeira em momentos de queda da demanda.
Até o momento o governo não atendeu a nenhuma dessas exigências. “O movimento sindical, os políticos e a sociedade não podem se render às chantagens dos empresários. Este jogo que as multinacionais fazem só tem causado prejuízos enormes para o País e os brasileiros”, afirma Antonio Neto.