Em reunião com as entidades, deputado disse que levará os principais itens para discussão junto à Casa Civil e ao Ministério do Trabalho
Na reunião desta sexta-feira (04) entre a CSB e as centrais UGT, Força Sindical e Nova Central com o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), vice-líder do governo na Câmara, as entidades cobraram o cumprimento do acordo feito pelo governo com os senadores em relação aos pontos polêmicos da Lei 13.467/17, da reforma trabalhista. O parlamentar se comprometeu a abrir o diálogo sobre os temas e fazer a intermediação junto ao governo e no Congresso.
Carlos Marun disse que o respeito que conquistou dentro da Casa ajudará na mediação. “Essa reunião não vai ser em vão. Alguma coisa boa vai sair disso aqui. Vou dialogar com os ministros semana que vem. Na semana que vem eu falo com o Ronaldo [Nogueira] e o [Eliseu] Padilha”, afirmou o deputado em referência aos dois ministros que estão articulando a construção da MP no Ministério do Trabalho e na Casa Civil, respectivamente.
Durante o encontro, que aconteceu na sede do Sindpd, em São Paulo, Antonio Neto explicou ao deputado os sete itens que afetam diretamente a vida e a representação dos trabalhadores. O presidente da CSB disse a Marun que o trabalho das gestantes e lactantes em locais insalubres, os acordos individuais para a jornada de 12 por 36 horas, o trabalho intermitente, a eleição dos representantes dos empregados, a homologação das verbas rescisórias, a terceirização e a contribuição sindical são questões fundamentais que precisam constar na Medida Provisória do Executivo.
“Esses sete pontos para nós são preponderantes. Infelizmente, por pressões, o que tem sido dito e acordado não foi feito. Isso nos deixa inseguros. Para nós, é importante abrir um canal de negociação. Precisamos fazer a MP para corrigir os problemas e também o custeio”, disse Neto.
No encontro, que também teve a participação do DIEESE, os dirigentes sindicais destacaram a unidade das centrais no levantamento dos sete graves pontos. Na opinião dos sindicalistas, as entidades estão coesas nestas questões e querem que o governo cumpra com o compromisso que fez durante a tramitação da reforma no Senado.
Antonio Neto destacou ainda de que maneira os pontos polêmicos afetarão as relações de trabalho. “Não dá para assumir que todas as empresas tenham trabalho intermitente. A questão da jornada 12 por 36 horas tem que regulamentar por convenções coletivas, acordos coletivos. A questão das gestantes é algo lesa-feto. Como fica o feto? Vamos gerar abortos”, criticou Neto, ressaltando que a reforma também vai afetar as contribuições previdenciária e do Fundo de Garantia.
O vice-líder do governo abordou também a abertura de diálogo e a retomada das discussões sobre a reforma da Previdência. Marun afirmou que é preciso debater os pontos do projeto em todas as frentes.
Participaram da reunião das centrais com Carlos Marun o secretário-geral da CSB, Alvaro Egea, dirigentes paulistas da Central, além de Canindé Pegado, secretário-geral da UGT, Geraldino dos Santos Silva, secretário de Relações Sindicais da Força, e Sérgio Luiz Machado, vice-presidente da Nova Central.