Para Marinho, proteção para trabalhadores em apps deve ir além da Previdência Social

Proteção para trabalhadores em apps – Na instalação oficial do grupo de trabalho que vai discutir a regulação do trabalho em aplicativos, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que oferecer apenas acesso à Previdência Social a esses trabalhadores é insuficiente.

A primeira reunião aconteceu nesta segunda (5) e foi voltada para apresentar como será o funcionamento do grupo, que reúne representantes dos trabalhadores, empresas do setor e do governo. O objetivo é formular um projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional.

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) esteve presente representada por trabalhadores da área, Pedro Mourão e Nicolas Souza, integrante da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos e dirigente da associação local de entregadores em Minas Gerais, e pelo assessor para assuntos parlamentares, Ernesto Pereira.

As discussões sobre as demandas da categoria começam no próximo encontro, que está marcado para 21 de junho. Em seguida, as empresas do setor apresentarão suas respostas e propostas para a regulamentação. As duas partes já conversaram com o ministro em reuniões preparatórias separadamente.

“Eu sei que tem um bom ponto de partida. Todas as empresas me procuraram, disseram ‘nós somos a favor de ter um reconhecimento da garantia social’, da Previdência Social, mas isso é muito pouco. É essencial, mas é pouco. É preciso ter garantias”, disse Marinho na instalação da mesa nesta segunda.

Segundo o ministro, a intenção não é proibir qualquer empresa de ter lucro, mas proteger o trabalhador, e até mesmo fazer do Brasil uma referência na valorização dessas atividades.

“Não pode ser um lucro extravagante a tal ponto de representar superexploração do trabalho”, argumentou. “Se nós capricharmos, podemos ser referência nesse processo de valorização dessa atividade econômica”.

Críticas à reforma trabalhista

De acordo com o ministro, o atual cenário de desproteção completa dos trabalhadores em aplicativos e de aumento nos casos de trabalho análogo à escravidão está diretamente ligado à reforma trabalhista e a lei da terceirização, aprovadas em 2017.

“Nós temos constatado um crescimento desastroso do trabalho análogo à escravidão. Eu creio que como resultado da última reforma trabalhista. Muita gente não gosta, mas a minha avaliação é que o jeito que ficou a terceirização na atual legislação trabalhista tem induzido a um processo de liberou geral e, portanto, induzido à ânsia do maior resultado possível do ponto de vista financeiro”, afirmou.

Texto: CSB, com informações de Folha de S.Paulo

Foto: CSB

Relacionada: Centrais sindicais apresentam diretrizes para regulamentar o trabalho em aplicativos

Compartilhe:

Leia mais
geração de empregos recorde em fevereiro
Procurador denuncia "pejotização" como forma de burlar direitos trabalhistas
csb centrais sindicais com ministro maurcio godinho tst
Centrais entregam agenda jurídica do movimento sindical ao vice-presidente do TST
csb menor (40)
Desigualdade de renda no Brasil é a menor desde 2012, aponta IBGE
csb menor (1)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 6 – Trabalhadores e o meio ambiente; íntegra
ministro do trabalho luiz marinho em audiencia na camara
Ministro do Trabalho defende fim da escala 6x1 e jornada de 40 horas em audiência na Câmara
csb menor (2)
Centrais apresentam pauta prioritária e agenda legislativa em reunião no Congresso
painel 5 encontro executiva nacional csb 2025
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 5 – Agenda parlamentar sindical; assista
painel negociação coletiva
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 4 – Práticas antissindicais; assista
csb menor (39)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 3 – Negociação Coletiva; assista
csb menor (38)
Centrais sindicais protestam contra juros altos em dia de mais uma reunião do Copom