Fórum Sindical dialoga com deputados estaduais o pagamento do reajuste
Alguns líderes sindicais do Mato Grosso, que fazem parte do Fórum Sindical, entidade que representa diversas categorias de servidores do estado, foram notificados judicialmente enquanto negociavam com deputados estaduais, na tarde da última quarta-feira (8), na Assembleia Legislativa, questões referentes ao fim da greve geral e ao pagamento do Reajuste Geral Anual (RGA). Tal fato não foi visto com bons olhos pelos membros do Fórum, que se sentiram constrangidos.
Segundo o membro da Direção Nacional da Central dos Sindicatos Brasileiro (CSB) e do Fórum Sindical, Antonio Wagner de Oliveira, os líderes foram surpreendidos com a entrada de dois oficiais de justiça na sala da presidência da AL, que os notificaram em pleno ato negocial.
“No momento que está negociando você tem que garantir uma boa fé nessa negociação, e não uma armadilha. Aquele era o momento de aguardar, pois, de repente, poderia sair a solução para o impasse, e isso mostra claramente que não queriam negociar”, falou o dirigente.
A greve geral dos servidores do estado do Mato Grosso teve início no dia 31 de maio. Ainda segundo Antonio Wagner, após os onze dias de paralisação, o governo começou a sentir o peso da greve e percebeu que não é interessante dar o calote. “O governo já assimilou que tem que pagar os 11,28% porque senão a greve permanece até quando os servidores estiverem vivos”, completou o dirigente.
Na manhã da última quinta-feira (9), o líder do governo, o deputado Wilson Santos (PSDB), levou mais uma proposta, que foi recusada pelo Fórum. Nela, o governo se comprometeu a pagar os 11,28%, mas de maneira fracionada: 6% em três parcelas e o restante dividido em 12 vezes.
“Essa é uma proposta mais plausível, mas que dificilmente seria aprovada pela base. Isso já é uma sinalização, mas esperamos uma proposta minimamente aceitável, que a gente possa levar para os trabalhadores”, falou o membro do CSB.
Para conseguir melhores resultados, o Fórum começará a pressionar os deputados em suas respectivas bases. “No interior, o movimento está tão forte quanto na capital. Vai haver pressão aos deputados em atos públicos. Deixamos claro que, caso o governo não recue, a orientação é de levantar quem são os candidatos do governo e dos deputados e jogar contra as candidaturas de prefeitos e vereadores apoiados por eles”, finalizou Wagner.
O impasse entre governo e Fórum Sindical começou quando o governador Pedro Taques (PSDB) anunciou que não pagaria o RGA, de 11,28%, previsto em lei para os servidores do executivo. A justificativa seria falta de dinheiro. Durante esse período, os servidores fizeram paralisações, ocuparam a assembleia legislativa, fizeram “apitaços” e acampamentos de resistência. Os servidores aguardam uma nova proposta do governo.