Para o movimento sindical, a Reforma Administrativa proposta pelo Governo Federal irá destruir o Estado brasileiro
A luta contra a Reforma Administrativa se tornou uma pauta central do movimento sindical. O motivo são os diversos ataques ao povo e ao Estado brasileiro presentes na proposta do Governo Federal. Além de privar a maior parte da população, que necessita dos serviços públicos, ela desmantela o funcionamento da administração estatal do Brasil.
Dessa forma, as lideranças dos trabalhadores se reuniram em videoconferência na manhã desta terça-feira (22) para discutir as estratégias de luta contra a Reforma Administrativa. Estavam presentes representantes das 11 centrais sindicais, de federações e confederações, e também do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Posição da CSB
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) estava presente no encontro e fez importantes apontamentos para construção da luta contra a destruição dos serviços públicos. Para Sérgio Arnoud, líder da CSB no Rio Grande do Sul, devemos estar cientes sobre a mudança do modelo de Estado causada pela reforma. “Nós entendemos que o atual momento visa mostrar para a população que está em curso uma troca do modelo de Estado. O que nós temos hoje é um modelo prestador de serviço, que será trocado por um modelo demandador de serviços. Um modelos demandador de serviços significa que a sociedade passará a pagar por direitos que hoje em dia ela não paga”.
Arnoud também ressaltou o aumento da corrupção que será causado pelo fim da estabilidade no funcionalismo. “A questão da quebra da estabilidade vai possibilitar exatamente aquilo que foi usado no discurso contra nós. Essa mudança vai propiciar a corrupção de ponta a ponta, desde o município até a união”.
Já Antonio Wagner, liderança da CSB no Mato Grosso, defendeu que o movimento sindical faça levantamentos e apresente números concretos para convencer a população sobre os riscos da destruição do Estado nacional. “É importante a gente começar a colocar números na cabeça da população. Quando a gente tá falando de ‘reduzir a máquina do Estado’, no caso do Mato Grosso, por exemplo, a gente está falando em economizar 5 bilhões, porém, com isenções fiscais, perdemos cerca de 8 bilhões”.
O secretário-geral da CSB, Álvaro Egea, também marcou presença no encontro, e finalizou defendendo a necessidade de ações conjuntas, evitando movimentos isolados que acabam por fragmentar a campanha.