Ainda não foi desta vez que os servidores dos Institutos de Defesa Agropecuária e de Terras do Estado de Mato Grosso (respectivamente Indea e Intermat) tiveram a legalidade da greve, da qual participaram pelo pagamento da Revisão Geral Anual (RGA), julgada pelo pleno do Tribunal de Justiça. Marcada para entrar em pauta na tarde desta quinta-feira (27.10) a questão foi retirada a pedido da desembargadora, Serly Marcondes Alves, a mesma que declarou a ilegalidade da greve em caráter liminar no mês de junho, sem que os representantes da entidade da categoria, o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap), tivessem sido notificados da decisão.
Para pedir a retirada de pauta a desembargadora alegou que já existe uma conciliação marcada para o próximo dia 3 de novembro, na Central do TJ e, portanto, seria melhor aguardar. Contudo, a presidente do Sintap, Diany Dias, esclarece que uma coisa é a conciliação para tratar da devolução dos 11 dias cortados apenas dos servidores do Indea e outra coisa é julgar a legalidade ou não de uma greve de forma segmentada onde também será julgada a dos servidores do Intermat que seria o objeto de julgamento no Pleno na tarde desta quinta. Há também a análise jurídica de que os funcionários das referidas autarquias participaram de uma greve geral dos servidores de Mato Grosso, sendo, portanto, estranho que cada categoria tenha o mesmo movimento de paralisação julgado em separado.
A representante sindical explica que quando se fala em julgamento de legalidade da greve do Indea e Intermat há, na verdade, uma incongruência no sentido de que um julgamento contra ou a favor do movimento paredista de qualquer categoria que participou de uma mesma greve em uníssono, pesando o fato desta ou aquela área ser mais ou menos importante, não pode ter dois julgamentos já que todas as áreas fazem parte de uma única peça que é o poder Executivo.
Sendo assim, ao que parece, conforme ela, é que o Estado usa de todos os artifícios para dividir questões e, assim, ganhar tempo para causar desgaste no movimento sindical. “O Estado deveria levar em conta que todo esse imbróglio para desgastar o movimento sindical diminui também a força de trabalho de seus servidores que sentem desmotivação em servir a uma gestão que não faz nada para melhorar as condições de dignidade do servidor nem pelo lado da garantia de seu direito ao RGA ou sequer pela melhoria das condições de trabalho as quais se encontram as unidades do Indea e Intermat atualmente. “Com esperança na Justiça só resta aguardar que esta seja feita o quanto antes porque o Sintap vai continuar lutando”, comentou Dias.
Fonte: Adriana Nascimento – Assessoria Sintap