O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (14) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou a equipe econômica do governo federal a estudar uma maneira de manter a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos por mês em 2025.
A afirmação foi feita a jornalistas na saída do Ministério, em Brasília, antes de participar de evento no Palácio do Planalto. “Nós estamos considerando essa possibilidade para manter o ritmo de mudança da faixa de isenção”, disse.
O Orçamento deste ano, que ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional, prevê isenção de IR para quem ganha até R$ 2.824, ou seja, abaixo de dois salários mínimos, uma vez que o piso nacional foi aumentado para R$ 1.518 a partir de 1º de janeiro. É preciso elevar a isenção para R$ 3.036 para manter a isenção até dois mínimos.
Oficialmente, o limite máximo da alíquota zero está fixado em R$ 2.259,20. No entanto, para garantir a isenção para quem recebe até R$ 2.824, equivalente ao valor de dois mínimos em 2024, há um desconto simplificado de R$ 564,80 da renda sobre a qual deveria incidir o imposto. Esse desconto – que não foi reajustado – corresponde à diferença entre os dois valores: limite de isenção e dois salários mínimos em 2024.
Haddad afirmou que o novo limite, se confirmado, será compensado em termos fiscais, mas não adiantou quais seriam as fontes de compensação.
Segundo o ministro, somente depois da aprovação do Orçamento de 2025 o governo federal discutirá com o Congresso a reforma tributária sobre a renda, que prevê aumentar a isenção para quem ganha até R$ 5 mil.
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Até o momento, esta é a tabela do Imposto de Renda em 2025, ainda com os valores congelados:
Base de cálculo | Alíquota | Parcela a deduzir do IR |
---|---|---|
Até R$ 2.259,20 | zero | zero |
De R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65 | 7,5% | R$ 169,44 |
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 | 15% | R$ 381,44 |
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 | 22,5% | R$ 662,77 |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% | R$ 896 |
Com informações de Valor Econômico
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil