Inteligência artificial pode substituir 300 milhões de trabalhadores; entenda

Os avanços da inteligência artificial têm causado cada vez mais impacto no mercado de trabalho. Uma pesquisa do banco de investimentos Goldman Sachs projeta que a inteligência artificial pode substituir até 300 milhões de trabalhadores em tempo integral nas grandes economias do mundo.

A inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, é capaz de criar conteúdo indistinguível da produção humana e pode desencadear um boom de produtividade que, segundo o estudo, aumentaria o PIB global em 7% em um período de dez anos.

No entanto, essa inovação reacende o debate sobre as significativas mudanças no mercado de trabalho, tendo profissionais renomadas como advogados e funcionários administrativos com maior risco de se tornarem dispensáveis.

De acordo com o estudo, cerca de dois terços dos empregos nos Estados Unidos e na Europa estão expostos a algum grau de automação por inteligência artificial, com base em dados sobre as tarefas geralmente executadas em milhares de ocupações.

Os pesquisadores estimam que a maioria das pessoas teria menos da metade de sua carga de trabalho automatizada e provavelmente continuaria em seus empregos, com parte do tempo liberado para atividades mais produtivas.

Estimativa conservadora

Nos Estados Unidos, por exemplo, 63% da força de trabalho seria afetada pela automatização de tarefas, mas outros 30%, que trabalham em empregos físicos ou ao ar livre, não seriam afetados, embora seu trabalho possa ser suscetível a outras formas de automação.

Porém, cerca de 7% dos trabalhadores dos EUA estão em empregos onde pelo menos metade de suas tarefas podem ser realizadas por IA generativa e são vulneráveis a substituição.

A estimativa do Goldman sobre o impacto da inteligência articial é mais conservadora do que as de alguns estudos acadêmicos, que incluem os efeitos de uma gama mais ampla de tecnologias relacionadas.

Por exemplo, um artigo publicado pela OpenAI, criadora do ChatGPT, descobriu que 80% da força de trabalho dos EUA podia ter pelo menos 10% de suas tarefas executadas por inteligência artificial generativa, com base na análise de pesquisadores humanos e do grande modelo de linguagem de máquina (LLM) da empresa.

Outros países também estão passando pelo mesmo processo de automatização, o que pode levar a uma mudança significativa no mercado de trabalho global.

Na China, por exemplo, a inovação está avançando rapidamente e há uma corrida para implementar robôs e sistemas de inteligência artificial em fábricas e empresas.

Segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a automação afetará 80% dos empregos na China, o que representa mais de 100 milhões de trabalhadores.

Renda mínima universal

Apenas em nos três primeiros meses de 2023, as cinco maiores big techs do mundo, como Meta e Amazon, demitiram mais de 100 mil trabalhadores. A crescente automatização de todos os meios de trabalhos pode gerar ganhos substanciais para as empresas em todo o mundo, e mostra a nova cara do capitalismo do século 21.

Assim, cresce a necessidade de se debater sobre o que fazer com a parte da população que se tornará dispensável e não terá qualquer meio de sustento, a não ser uma renda mínima universal.

A renda mínima universal é um programa social que garante uma renda básica para parte ou todos os indivíduos de uma sociedade, que não tenham condições de se sustentar em uma economia que dispensa sua mão de obra.

É uma política que visa garantir um nível mínimo de subsistência e dignidade para todos os cidadãos, sem a necessidade de comprovação de necessidade ou de realização de trabalhos específicos.

Esse tipo de programa tem sido discutido em diversos países como forma de combater a pobreza, desigualdade social e a falta de oportunidades.

Leia também: Salário mínimo deveria ser de R$ 6,5 mil, aponta Dieese; valor atual é R$ 1.302

Com informações de: Folha de S.Paulo

*A imagem que ilustra estra matéria foi gerada por uma inteligência artificial

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