Greve no transporte de Porto Alegre: entenda motivos – Os trabalhadores do transporte coletivo da região metropolitana de Porto Alegre (RS) entraram em greve na madrugada desta quinta-feira (29). O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais de Turismo e de Fretamento da Região Metropolitana (Sindimetropolitano) informou que os trabalhadores decidiram paralisar as atividades devido à falta de acordo nas negociações de reajuste salarial.
Além de considerar o valor oferecido pela entidade patronal (Setergs) insuficiente, a categoria também não aceita que o reajuste esteja condicionado ao aumento da tarifa da passagem, que não tem data definida e ainda está sendo estudado pelo governo do Estado.
“A gente não está conseguindo negociar, porque o patrão ofereceu menos que a inflação e parcelado, vinculado ao aumento da tarifa. Isso a gente não pode aceitar, porque não sabe quando vai ser o aumento da tarifa”, afirmou o presidente do Sindimetropolitano, Mauro Cesar da Silva Santos em declaração ao site GHZ.
O advogado dos trabalhadores, Wilson Gonçalves de Oliveira Neto, contou que a empresa chegou a aceitar o reajuste de 6% pretendido pela categoria, mas o pagamento só aconteceria de forma parcelada e após duas condições: 3% quando as empresas receberem o receberem o repasse da tarifa do governo do Estado de junho de 2022, mais 3% quando tiverem o repasse de junho de 2023, que eles alegam estar defasada.
“ A proposta do sindicato na reunião de mediação (realizada quarta-feira, dia 28) foi que eles deem 3% agora e 3% no máximo em 90 dias. As empresas não aceitaram. Em razão disso, a categoria deflagrou a greve”, disse o advogado.
Ele informou que a greve segue por tempo indeterminado e só será encerrada quando houver uma proposta para levar para votação em assembleia no Sindimetropolitano.
Por enquanto, por determinação da Justiça, 50% da frota de ônibus segue operando no horário de pico (das 5h30min às 9h e das 16h30min às 19h) e 30% no restante do dia. A paralisação parcial afeta os ônibus intermunicipais de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Gravataí, Nova Santa Rita e Viamão.
Uma audiência de mediação entre sindicato, empregadores e Ministério Público do Trabalho foi marcada com urgência para esta quinta-feira (29), às 14h, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da região. A partir do resultado desta sessão, a categoria vai decidir se mantém ou encerra a paralisação.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur), por meio da Metroplan, informou que está buscando resolver o impasse incluindo um valor razoável da tarifa. Segundo a Metroplan, ainda restam R$ 42,8 milhões a serem repassados às empresas do sistema de transporte coletivo metropolitano, mas o valor está represado devido a uma ação judicial.
O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Rio Grande do Sul (Setergs) disse em nota que a proposta que apresentou — de 3% em agosto e mais 6% quando houver reajuste da tarifa — é “o que a realidade permite fazer, diante da situação vivida pelo serviço público de transporte metropolitano de passageiros”.
“A defasagem tarifária já atinge aproximadamente 34%”, argumenta a entidade no comunicado.
Com informações de: GHZ
Fotos: Sindimetropolitano