Central dos Sindicatos Brasileiros

Governo de SP aumenta lucro da Sabesp em meio à crise hídrica

Governo de SP aumenta lucro da Sabesp em meio à crise hídrica

Companhia e acionistas embolsaram quase R$ 35 milhões só no 2º trimestre de 2015

Enquanto residências chegam a ficar 20 horas do dia sem receber uma gota de água, a torneira de lucros da Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP (Sabesp) e de seus acionistas está longe de secar. Em meio a uma das piores crises hídricas de São Paulo, o lucro líquido da Sabesp registrou um aumento de 11,5% no segundo trimestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com o balanço financeiro da companhia, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, os dados revelam R$ 34,9 milhões a mais para os cofres da empresa de economia mista, chegando a R$ 337,3 milhões. O aumento foi possível graças aos reajustes – de 6,5% de dezembro de 2014 e 15,2% de junho de 2015 – na conta do consumidor. Com a elevação da tarifa e a multa de até 50% para quem aumentasse o consumo de água, a Sabesp já arrecadou R$ 123 mi até junho deste ano conforme divulgou o Estadão.

Segundo o Jornal GGN, desde 1994 a Sabesp é uma empresa de capital misto. 50,3% do controle acionário pertencem ao Estado e 47,7% aos investidores brasileiros (25,5%) e estrangeiros (24,2%), sendo 25% o teto do lucro líquido anual, que podem ser distribuídos aos acionistas. Porém, relatório da Diretoria Econômico-Financeira e de Relações com os Investidores, publicado em março de 2014, aponta que de 2003 a 2013 R$ 4,3 bilhões foram destinados aos sócios da Sabesp. Em 2003, o repasse aos acionistas alcançou a marca de 60,5% do lucro da companhia.

Racionamento

A chamada “entrega controlada de água” ou “redução de pressão nos encanamentos” da Grande SP fazem parte da rotina dos paulistas há mais de um ano, e segundo previsão da Folha de S. Paulo, o racionamento tende a persistir. Com a entrada de água no Sistema Cantareira durante o mês de agosto abaixo da média histórica (6600 litros e 24 mil litros, respectivamente), três milhões de habitantes abastecidos pelo Sistema corre o risco de não receber água.

Atualmente, segundo o Jornal GGN, “cerca de 28 milhões de pessoas no Estado são abrangidas pelos serviços de abastecimento de água da Sabesp. Aproximadamente 73% dos clientes são moradores da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), cinturão abastecido pelo Cantareira”.