Central dos Sindicatos Brasileiros

“Getúlio deu sua vida para garantir os direitos trabalhistas”, diz Carlos Lupi

“Getúlio deu sua vida para garantir os direitos trabalhistas”, diz Carlos Lupi

Ex-ministro do Trabalho elencou o mesmo cenário de golpe, que ameaçou Vargas, nas últimas eleições presidenciais

O ex-ministro do Trabalho e presidente do PDT, Carlos Lupi, participou, junto com o jornalista José Augusto Ribeiro, da palestra sobre a Era Vargas e as leis trabalhistas. Lupi afirmou que a vida de Getúlio se confunde com a história libertária do povo brasileiro. E que a cena de golpe iminente que pairava em torno do governo Vargas se repetiu nas eleições de 2014.

“A história da humanidade se repete. O tiro do Getúlio foi como uma multidão que estava caminhando para o holocausto. É um fenômeno de alguém que enxergava além da sua própria vida. Foi um patriota, um profundo amante da pátria brasileira, que pensava no Brasil 24 horas por dia”, disse o ex-ministro.

Para Carlos Lupi, o suicídio de Vargas aconteceu para impedir um golpe, basicamente, segundo ele, a mesma estratégia que dominou o último cenário eleitoral brasileiro. “Getúlio tirou sua vida para garantir os direitos trabalhistas. Morreu envolto ?num mar de lama?, com 20% do patrimônio que tinha quando assumiu o poder. Que mar de lama é esse, oras? Mudam-se os personagens, mas o enredo da política continua o mesmo”, sentenciou sobre a tentativa de setores atuais da política nacional de derrubar o projeto de desenvolvimento social proposto desde 2003 com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

Representação dos trabalhadores

O presidente do PDT disse que a luta dos trabalhadores é ideológica. “A sociedade sempre será dividida entre trabalhadores e empresários, entre explorados e exploradores”, avisou. “O Brasil sempre foi um país explorado. É a história de uma nação que via suas riquezas saírem daqui. Isso é chamado espoliação internacional. A Vale foi vendida a preço de banana, num dos maiores escândalos da história brasileira. É sempre a luta do explorador e do explorado”, completou.

Carlos Lupi relatou que apenas 10% dos sindicatos participam das manifestações de interesse nacional. O ex-ministro afirma que é preciso revigorar o sistema de comunicação para que o trabalhador entenda que “se não tiver quem o represente, o patrão passará por cima dele”.

“Hoje o salário mínimo não precisa da boa vontade do Congresso para ter um aumento mais justo. Ou seja, a história de Getúlio ainda é marca sobressalente sobre o desenvolvimento dos direitos do trabalhador do Brasil, especialmente no que diz respeito aos Sindicatos que hoje amparam os trabalhadores”, enfatizou.

Para o dirigente, a juventude brasileira precisa ampliar seu poder atuação, aliando consciência e raciocínio. “Temos de discutir os avanços que devemos ter. As melhorias que podem desenvolver uma nação. Só acredito em avanço social quando o povo está no comando dele. Não é o poder econômico que deve ditar as regras”, expôs.

Antonio Neto falou sobre a falta de formação ideológica no Brasil. “Conhecer Getúlio, a história, é nossa obrigação. Eu fico feliz de fazer uma palestra direcionada a Getúlio. Lamentamos que na cidade de São Paulo não se encontre uma rua ou praça com o nome ?Getúlio Vargas?. Mas, em sua homenagem, na comemoração dos 30 anos do Sindpd, fizemos um busto de Getúlio para distribuir aos nossos congraçados”, falou.  “Debater a história é muito importante”, finalizou.

Desafio

O grande desafio da sociedade moderna é inovação e tecnologia de ponta, segundo Carlos Lupi. “Temos de desenvolver a ciência e tecnologia para manter o valor agregado do que produzimos. O mundo responde hoje pela inovação. Getúlio representava a vanguarda, porque nada distribui mais renda do que o salário”, defendeu.

Esta inovação, segundo o dirigente, é essencial para a ampliação do desenvolvimento econômico e social brasileiro. “O BNDES precisa financiar, essencialmente, a indústria nacional, de tecnologia e inovação”, disse. Sobre a trilogia A Era Vargas, de José Augusto Ribeiro, Lupi pontuou que os livros dão ao leitor a real ideia do período de governo de Getúlio. “O A Era Vargas é um marco para o povo brasileiro. Você está, José Augusto, reavivando e enriquecendo a cultura do povo”, homenageou.

Fonte: Sindpd