Trabalhadores da Karcher, empresa do setor de máquinas de higiene e limpeza instalada em Vinhedo, aceitaram em assembleia, nesta terça-feira (31), se submeter a uma proposta de redução de carga horária de trabalho e de salários, por um período de três meses, para evitar cerca de 100 demissões na indústria.
A assembleia foi mediada pela diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região, que acatou a medida aceita pelos funcionários, desde que trabalhadores que ganham o piso da categoria não tenham os salários diminuídos.
Isso significa que, de um quadro de 350 funcionários, metade sofrerá diminuição de 20% na carga horária de trabalho e nos salários, com garantia de manutenção dos postos de trabalho.. A proposta, no entanto, foi aceita por todo o quadro de funcionários para evitar que futuras demissões pudessem afetar todos os setores da indústria.
“O Brasil vive uma situação preocupante e o que mais queremos é lutar pela garantia dos direitos dos trabalhadores e, principalmente, evitar as demissões. No caso da Karcher, os funcionários aceitaram a proposta de redução de jornada e salários, mesmo que isso venha a afetar, diretamente, os holerites de metade dos trabalhadores da empresa”, explica o presidente do Sindicato, Igor Tiago Pereira.
Ainda de acordo com o diretor do sindicato em Vinhedo, Edson Barros, o Cabeça, a luta sindical, durante a negociação, foi para que os trabalhadores não sofressem redução salarial abaixo do piso que recebem atualmente. “Por esse motivo, houve um consenso entre os funcionários e matade sofrerá essa redução de carga horária e salário. Para evitar que uma nova onda de demissões atinja todos os setores da indústria”, explica.
Nessa proposta de redução, ficou acertado que a fábrica de Vinhedo não irá funcionar em todas as sextas-feiras de cada mês previsto no acordo firmado na assembleia desta terça-feira. Por se tratar de uma empresa especializada na fabricação de máquinas que utilizam água em procedimentos de limpeza, a Karcher alega estar enfrentando problemas com a crise hídrica que atinge o Brasil. Isso tem prejudicado as vendas da empresa, por isso ela promoveu corte de parte de seus funcionários nos últimos meses.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região