Orçamento irá beneficiar projetos promissores em inovação
Empresas nascentes de base tecnológica. Essa é a definição escolhida pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para tratar das chamadas “startups”. Está previsto para o mês que vem o lançamento do programa Inova Startup, pelo qual a Finep planeja injetar R$ 450 milhões até 2018 em projetos promissores de inovação.
Apesar de normalmente associado ao segmento tecnológico, o termo “startup” pode servir para qualquer ideia inovadora ou grupo de pessoas à procura de um modelo de negócio. O programa da Finep, entretanto, é limitado às milhares de pequenas empresas de tecnologia que precisam de um empurrão financeiro para desabrochar. A expectativa é que 2 mil delas recebam apoio do Inova Startup até o fim de 2018.
Incipiente e cercado de entraves burocráticos, o setor poderá ter no programa da Finep o “pulo do gato”, segundo definição de seu presidente, Glauco Arbix. Ele explica que um dos principais entraves aos aportes nas “startups” é o impedimento legal para que fundos de investimentos em participações coloquem dinheiro em empresas de capital limitado. Por essa razão, o programa da Finep vai viabilizar os investimentos via aquisição de opções de compra de participação nas empresas.
A transação vai ser feita por meio de um contrato preliminar de aquisição de participação societária. Pelo modelo proposto, a Finep vai trocar R$ 150 mil pela opção de ficar com 5% do capital da “startup” no futuro. Também está prevista a troca de R$ 300 mil por 10%. “Essa é a grande novidade”, disse Arbix, que apresentou ontem o Inova Startup durante a reunião do Conselho Deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Brasília.
A estratégia é realizar em 2015 a versão piloto do programa, pelo qual a Finep pretende desembolsar R$ 15 milhões com investimentos em cem “startups”. “Ninguém conhece esse mercado, por isso vamos avaliar como vai funcionar neste ano”, disse o executivo. Poderão pleitear os aportes – liberados mediante processo de seleção – empresas nascentes de base tecnológica com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões.
A escolha das empresas, segundo Arbix, será dividida em duas etapas. Na primeira, serão avaliados a solução inovadora, o produto e o processo, bem como a capacidade tanto da empresa quanto dos empreendedores. Após essa fase, o projeto terá que enfrentar ainda uma banca presencial de examinadores, para a qual serão convidados potenciais investidores privados.
Um dos principais objetivos do programa é facilitar a interação entre startups e outros investidores. No caso da Finep, o aporte nas empresas será reavaliado periodicamente, podendo a empresa estatal se consolidar como sócia minoritária, revender sua participação a outros interessados ou, num cenário em que a “startup” naufragar, simplesmente sair do negócio.
De acordo com Arbix, o programa foi bem recebido na reunião do Sebrae, da qual também participaram o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. O Sebrae vai participar em várias frentes do programa, desde a divulgação até o treinamento dos empreendedores para a preparação das apresentações às bancas.
Fonte: Valor Econômico