Os Estados Unidos e o Reino Unido se recusaram a assinar uma declaração global sobre inteligência artificial (IA) durante a cúpula sobre o tema realizada em Paris nesta terça-feira (11). O documento, apoiado por 61 países, incluindo a China e os membros da União Europeia (UE), defende o desenvolvimento de uma IA “aberta”, “inclusiva” e “ética”.
O vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, usou seu discurso na cúpula realizada em Paris para dizer que se alinhar a “regimes autoritários”, em uma referência à China, seria um erro. Conhecido por ser investidor do setor, Vance também alfinetou a abordagem regulatória da União Europeia, afirmando que poderia inibir os investimentos.
“Faremos todo o possível para promover políticas que favoreçam o crescimento da IA”, disse Vance. Ele afirmou que os EUA são líderes no setor e que o governo do presidente Donald Trump pretende manter essa posição.
Enquanto os Estados Unidos defenderam um modelo de inovação sem restrições, a Índia enfatizou que uma regulamentação global deve garantir acesso igualitário aos países em desenvolvimento. Já a Europa anunciou novos investimentos para manter sua competitividade no setor.
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Além das divergências políticas, a cúpula ocorreu em meio a um cenário de intensa competição entre empresas de tecnologia.
A OpenAI, criadora do ChatGPT, foi um dos nomes centrais no evento, especialmente após rumores de que Elon Musk teria feito uma oferta de US$ 97,4 bilhões para comprá-la. O CEO da OpenAI, Sam Altman, reagiu com ironia à proposta.
“Não, obrigado. Mas, se quiser, podemos comprar o Twitter (atual X) por 9,74 bilhões de dólares”, disse.
Enquanto isso, a China segue investindo pesado no setor. O recente lançamento do chatbot DeepSeek e os subsídios para exportação de tecnologia 5G reforçam a estratégia do governo chinês de consolidar sua influência global na IA.
Zhang Guoqing, vice-primeiro-ministro chinês, participou da cúpula, mas evitou comentar as declarações americanas.
Com informações de O Globo