Entidade aguarda até o final do mês uma reunião com governador Camilo Santana
Por remuneração diga, melhores condições de trabalhos e lutando pelo direito de insalubridade, os servidores estaduais da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) estão em estado de greve, por tempo indeterminado, desde o último dia 4 de outubro. À espera de uma reunião com o governador Camilo Santana (PT), os servidores não descartam realizar paralisações no mês de novembro, época da campanha da febre aftosa.
Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Sindagri), Patrícia Emília Gomes Facó, havia um acordo com o governo, que prometeu melhorias após greve de 2016.
“O estado de greve se dá por causa de quebra de acordo. Ano passado, após uma greve de 30 dias, o governo fez acordo em relação à insalubridade e ao salário-base. Este mês, fizemos duas mobilizações para ver se acelerávamos o processo, mas o chefe de gabinete, Nelson Martins, informou que o Conselho Financeiro recomendou que não poderiam dar nenhum benefício em relação a vencimentos dos servidores por causa da crise. Agora estamos esperando uma reunião com o governador, que conhece bem o órgão”, falou Patrícia, que espera agilidade.
“Em março chegaremos em período eleitoral e não poderá ter nenhuma concessão. Em novembro temos a campanha contra a febre aftosa. Nosso trabalho atua diretamente nos produtos que vão para exportação, nós contribuímos diretamente para o agronegócio do estado. Mas o governo não está ligando muito para isso”, completou a presidente do sindicato, que garante que sua categoria tem o 3º pior salário entre as agências do Nordeste.
Caso o encontro com o governador não aconteça até o final do mês, Patrícia garante que os trabalhos podem ficar comprometidos em novembro.
“Já foi decidido em assembleia, a paralisação vai acontecer em novembro. Com certeza vai prejudicar na campanha da febre, na emissão da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), fora os atendimentos dos agricultores que precisam de liberação de crédito e a fiscalização de estabelecimentos que comercializam produtos veterinários e feiras agropecuárias”, finalizou a presidente, que ainda informou que muitas vezes faltam papel, caneta e combustível para os servidores exercerem suas funções.
O estado do Ceará tem cerca de 3 milhões de bovinos.