Vice-presidente da República se comprometeu a ser um defensor do segmento junto ao governo
Na tarde desta quinta-feira, 25, as principais entidades de representação do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação estiveram reunidas, na sede da BRQ – no centro de São Paulo–, para apresentar ao vice-presidente da República, Michel Temer, um plano de desenvolvimento do segmento.
Na ocasião, o programa “Por um Brasil Digital e Competitivo” foi discutido e entregue por meio dos representantes da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), Jorge Sukarie; da Assespro (Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação), Jeovani Salamão; da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), Sérgio Paulo Gallindo e Benjamin Quadros – também presidente da BRQ; e do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo), Antonio Neto.
A pauta de reivindicações entregue a Michel Temer tem por meta fomentar projetos que fortaleçam o mercado de TI, por meio do estímulo às novas tendências digitais e à criação e manutenção de ambiente nacional mais competitivo e inovador. Nela, além de constarem propostas de estímulo direto ao crescimento e produtividade do setor, também estão elencadas sugestões para investimento em capital humano, especialmente para que o Brasil, por meio do incentivo à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), possa, também, exportar inteligência.
Desenvolvimento do setor
Ciente de que não há como garantir o avanço do País sem que, para isso, o governo esteja em sintonia com as emergências de um mercado sempre em transformação, o vice-presidente da República destacou a importância do documento para o futuro do Brasil. “O governo brasileiro está interessadíssimo, há um bom tempo, nesta evolução tecnológica. Nós sabemos que este é um setor em que o moderno vai se modernizando a cada ano que passa, e que não é possível retroceder, ao contrário, é preciso sempre crescer e desenvolver-se. Nós temos que vender inteligência, quer dizer, aquilo que é fruto da inteligência, marca pessoal, da atividade deste setor”, ponderou.
Michel Temer ainda falou sobre a expectativa de que o novo plano possa, de fato, ser incorporado pelo Estado. “Eu vejo que me pedem, com este documento, que de alguma maneira eu possa patrocinar isto junto ao Governo Federal. Eu quero dizer que nem haveria necessidade, pois o governo já está interessado. Desde o meus tempos na presidência da Câmara já verificava este entusiasmo no poder Legislativo, que é muito sensível às modernizações fundamentais para o País. Eu quero tomar a liberdade de me transformar em advogado desta causa de vocês”, afirmou o vice-presidente.
Segundo o presidente do Sindpd, Antonio Neto, a política de desoneração da folha de pagamento viabilizou a formalização de mais de 150 mil postos de trabalhos. Para Neto, a consonância de interesses entre as três associações, que unem esforços em favor das atividades do mercado de TI, tem sido ponto de partida para muitas conquistas desta área. “Fazer aqui um documento em que 90% das reivindicações são endossadas pelos trabalhadores, agentes fundamentais para que possamos ter um desenvolvimento maior, é muito importante. Esperamos que, cada vez mais, o setor seja capital e trabalho, para que possamos construir juntos. Ainda temos muitas coisas para serem feitas por esta categoria. Esta é uma das poucas do Brasil que, em Convenção Coletiva, tem 40 horas. Já discutimos a possibilidade até de segmentar a Legislação em quatro anos para poder introduzir a todos os trabalhadores a jornada de 40 horas. Temos um compromisso com este setor. Os trabalhadores precisam de nós, e nós precisamos deles”, sentenciou o dirigente.
Números favoráveis
O Brasil, hoje, tem papel destacado em TIC e Telecom. Combinados, estes segmentos faturam cerca de R$ 441 bilhões de reais, sendo o 5º maior setor agregado do mundo e representando 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. De acordo com as projeções do presidente da Brasscom, Sérgio Paulo Gallindo, a expectativa é que o plano “Por um Brasil Digital e Competitivo” consiga atrair mais de três milhões de empregados em TIC, e que este mercado seja responsável por 10,7% do PIB até 2022.
“Nós somos relevantes porque nossa atividade perpassa toda a economia nacional. Não se pode pensar mais no profissional do futuro que esteja desconectado, que não esteja assessorado por sistemas de informação, que não faça seu trabalho a partir do conhecimento e dados de informação e de inteligência. O que nós estamos entregando hoje é um conjunto de propostas de governo que visem nutrir um país preparado”, fundamentou Gallindo.
Ao final da solenidade de entrega do documento, o presidente a BRQ, Benjamin Quadros, celebrou o avanço do debate sobre o crescimento do mercado para o campo prático. Segundo ele, o interesse dos agentes governamentais na pauta do avanço tecnológico em muito facilita a conquista dos objetivos estabelecidos até 2022. “O setor certamente vai se desenvolver de uma forma muito mais rápida e vai trazer um Brasil muito mais digital e competitivo”, finalizou Quadros.