País ainda está longe, no entanto, de alcançar maior PIB per capita mundial
A China deve se tornar a maior economia do mundo daqui dez anos, ultrapassando os EUA, considerando o valor do PIB (Produto Interno Bruto) das duas economias em dólares. Pelo conceito que considera a paridade do poder de compra das moedas locais, a China já é o maior PIB mundial desde 2015.
De acordo com estatísticas selecionadas no documento “Bases para uma Estratégia de Longo Prazo do Brasil para a China”, lançado pelo Conselho Empresarial Brasil-China, o país asiático ainda estará longe de alcançar os americanos em relação ao PIB per capita, um indicador utilizado para medir o bem-estar da população.
O PIB da China em moeda corrente representa atualmente cerca de 60% do PIB americano. O PIB per capita chinês é de 15% do americano em dólares e 25% em PPP.
Nos últimos anos, a China tem investido valores vultosos em infraestrutura. Entre 2011 e 2013, produziu mais cimento que os EUA em todo o século 20. Em 15 anos, construiu o equivalente a todo o estoque de moradias da Europa.
O país asiático já ultrapassou o sistema rodoviário americano em mais de 50% e possui uma rede ferroviária de alta velocidade que supera a rede de todos os outros países juntos.
O país passa neste por uma transição para um “novo normal” que deve levar décadas para se completar, segundo o documento, que deve exigir esforços para acumulação de capital humano, produtivo, financeiro e tecnológico, tratar dos desafios ambientais, lidar com um ambiente externo mais hostil ao país e superar o desafio do envelhecimento populacional (a população economicamente ativa se reduzirá em cerca de 170 milhões de pessoas até 2049).
Em relação ao Brasil, a pauta de exportações para a China é concentrada em três produtos: soja, petróleo e minério de ferro, que responderam por quase 80% das exportações nos últimos dez anos.
O Brasil teve superávits comerciais com o país em 17 dos últimos 20 anos. A China teve com o Brasil seu terceiro maior déficit comercial em 2020, atrás de Coreia do Sul e Austrália. Para cada dólar que o Brasil exporta para os EUA, exporta 3,5 para a China.
Fonte: Folha de S. Paulo